Após três anos
de obras que garantiram uma reforma minuciosa, o Arquivo Público do Estado do
Pará (Apep) foi entregue à população paraense no dia 24 de outubro do ano
passado. E em quase três meses de funcionamento, o prédio passou de quatro
visitantes diários para uma média de 20. “Essa foi, sem dúvida, a melhor
resposta do público. No mês de dezembro, por exemplo, o Apep trouxe 126
pesquisadores atrás de informações históricas, em um espaço novo e confortável.
Essa volta do pesquisador ao nosso espaço revela o quanto o Arquivo Público é
importante para a população”, disse o diretor, Leonardo Tori.
O acervo- O
prédio histórico de estilo neoclássico, inaugurado em 1884, guarda a memória
não só do povo paraense, mas de toda região amazônica e de estados como
Tocantins e Maranhão. Instituição ligada à Secretaria de Estado de Cultura
(Secult), o espaço possui mais de quatro milhões de documentos, entre
escrituras, inquéritos e iconografias, produzidos a partir do século XVII.
O documento mais
antigo do arquivo data de 1649 e mostra as demandas administrativas do
capitão-geral de Belém para o rei de Portugal, com pedidos de fardamento,
pólvora e alimentação. Já o último documento protocolado é um boletim de
ocorrência da Polícia Militar do Estado, de 1986, ano inclusive, da última
reforma do prédio.
A reforma-
Durante os três anos de obras, todos os documentos foram retirados do local
para que a integridade pudesse ser mantida e o trabalho realizado de forma
completa. Toda a fiação elétrica e hidráulica foi refeita, a refrigeração
modernizada e levada para todas as áreas do prédio, além da instalação de
móveis novos, reforma de espaços e a aquisição de aparelhos modernos que ajudam
no trabalho do Arquivo, desde a identificação até a restauração e manutenção de
documentos.
Digitalização-
Outra conquista do Apep nos últimos anos foi a possibilidade de digitalizar
parte de seus arquivos. Em três anos de reforma, foram digitalizadas 120 mil
imagens, para preservar o acervo e facilitar a pesquisa. Em 2018, a meta é
digitalizar mais 50 mil documentos.
No arquivo
público, qualquer cidadão pode ter acesso a diversos tipos de serviço, como,
instrumentos de gestão e transparência pública; serviço de informações aos
cidadãos; pesquisa em Diário Oficial; serviços de pesquisa histórica; serviço
de memória local; serviços de ação cultural; visita guiada; emissão de
certidões probatórias e reprodução de documentos.
Formada em
História, Milena Moraes trabalha com o projeto do Centro de Memória do
Instituto Carlos Gomes, e vem frequentando o Arquivo Público desde o início do
ano em uma pesquisa minuciosa. “Só aqui consegui encontrar o documento original
de fundação do Conservatório, que não existe nem mesmo no site da Biblioteca
Nacional. Encontramos um vasto material para a pesquisa, contando ainda com o
conforto e bom atendimento dos servidores do local”, disse a historiadora.
Diego Leal, 29
anos, universitário de História, veio atrás de documentos sobre o processo de
desapropriação do Parque Zoobotânico Museu Emílio Goeldi. “Aqui encontrei
relatórios e falas dos governantes na época da criação do Museu. Estou vindo há
um mês direto e acho o espaço fundamental para a gente ter acesso a documentos
importantes, de diversas fontes, para essa minha pesquisa acadêmica”, disse o
universitário.
Serviço- O
arquivo público está disponível para consultas, pesquisas e visitações
espontâneas e programadas no espaço localizado na Travessa Campos Sales nº 273,
entre 13 de Maio e Manoel Barata. O horário de funcionamento é de 8h às 15h, de
segunda a sexta-feira. Os agendamentos de visitas em grupos pode ser feito por
meio do e-mail apep.secult@yahoo.com.br. Mais informações pelo telefone
4009-4350.