Febre amarela: vacinação impede indivíduo de doar sangue por um mês


O carnaval costuma ser uma época preocupante para os bancos de sangue de todo o País, já que o índice de doações cai de maneira significativa em relação a outros períodos do ano.  No momento em que o Brasil vive seu maior surto de febre amarela das últimas décadas, a situação dos hemocentros tende a ficar crítica: pessoas que foram recentemente vacinadas devem esperar, no mínimo, 28 dias para doar.

De acordo com o médico hematologista, vice-presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), José Francisco Comenalli Marques Jr., a recomendação se deve pelo fato de a vacina ser produzida com o vírus vivo atenuado, ou seja, ela mimetiza uma febre amarela de baixa intensidade. “Para imunizá-la contra a doença, o vírus se mantém em circulação no organismo da pessoa vacinada durante cerca de três semanas. Portanto, caso ela doe durante esse período, quem receber o sangue pode contrair a doença por transfusão, caso tenha principalmente uma deficiência imunológica instalada, por exemplo”, explica.

Os doadores que nunca foram vacinados, ou só foram vacinados uma vez antes dos 5 anos de idade e que frequentaram regiões com transmissão da febre amarela, como mata atlântica, por exemplo, também devem ser impedidos de doar sangue por um período de 30 dias.

É importante que a doação de sangue seja feita antes da imunização. “Estamos em uma época na qual, normalmente, as doações já caem bastante em virtude das férias e a demanda acaba sendo maior, por causa de acidentes. O carnaval também agrava esse índice”, afirma José Comenalli.

Sobre a ABHH

A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) reúne hematologistas e hemoterapeutas e tem como frentes de atuação o desenvolvimento educacional e científico dos especialistas. Filiada à Associação Médica Brasileira (AMB), a ABHH possui mais de dois mil associados.

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