Vacina contra a febre amarela está disponível nas unidades de saúde de Belém



Diante dos casos de febre amarela na região do sudeste do Brasil, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém tem reforçado junto à população a importância da vacinação contra a doença para quem ainda não foi vacinado. A imunização é a principal forma de prevenção e está disponível o ano todo em todas as unidades de saúde do município. Em Belém não há registros de casos confirmados da doença há mais de dez anos.

De acordo com Veronilce Borges, coordenadora da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Sesma, a preocupação com o aparecimento de casos é compreensível, mas não há necessidade de corrida aos postos. “A febre amarela é uma doença transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, com grande importância para a saúde pública, visto que é grave, possui elevado potencial de disseminação em áreas urbanas e taxa de letalidade maior que 50%. Ainda assim, a população deve evitar o pânico em relação a doença, uma vez que não existem casos de febre urbana no país, e a vacina está disponível na rede”, destaca a profissional.

A coordenadora também frisa que a secretaria, por meio do Centro de Controle de Zoonoses, está atenta à morte de macacos, que são o principal sinal de alerta para a doença e devem ser notificadas imediatamente ao serviço de saúde (Portaria 785, de 15 de Março de 2017). “O combate à febre amarela é um trabalho em conjunto, que envolve órgãos públicos e a população. Nosso trabalho é preventivo, com a capacitação dos profissionais de saúde sobre a doença, vigilância de casos suspeitos, vistorias diárias dos agentes de controle de endemias em imóveis da capital e distribuição de material educativo, com as recomendações sobre a febre amarela”, afirma Veronilce.

Ainda para o enfrentamento da doença, o ideal é que todas as pessoas, principalmente aquelas que moram ou vão viajar para áreas com indícios de febre amarela, tomem a vacina. Para quem vai viajar, a dose deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco para que a imunização seja efetiva.

A coordenadora do Programa Municipal de Imunizações, Nazaré Athayde, ressalta que a vacina hoje é administrada em dose única e está voltada para crianças a partir de nove meses de idade e adultos até 59 anos não vacinados. Para alguns grupos, é necessário recomendação médica como, gestantes, idoso a partir de 60 anos, mulheres que estão amamentando, pessoas que vivem com HIV, pessoas que terminaram o tratamento de quimioterapia e radioterapia e pessoas com doenças do sangue, como anemia falciforme.

“Para outro grupo há a contraindicação da vacina (ver relação abaixo) e esses critérios devem ser respeitados para que a vacina seja segura e eficiente para quem recebe. Desde abril de 2016, o SUS adotada a dose única da vacina contra febre amarela. Isso significa que apenas uma dose é capaz de imunizar por toda a vida, não havendo mais a necessidade de reforço. A recomendação do Ministério da Saúde segue as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS)”, garante Nazaré Athayde.

Em Belém, no período de 2008 a 2017, foram notificados 50 casos suspeitos que, posteriormente, foram descartados. Todos os casos suspeitos de Febre amarela devem ser notificados e investigados imediatamente, até 24 horas, segundo a Portaria Nº 204, de 17 de Fevereiro de 2016, do Ministério da Saúde. A notificação deve ser feita à Divisão de Vigilância Epidemiológica da Sesma pelos telefones 98417-3985 e 3344-2475 ou email dvebelem@hotmail.com para uma investigação oportuna.

Contraindicação para a vacina:
- Crianças com menos de 6 meses de idade;
- Indivíduos com histórico de reação anafilática a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina e outros produtos que contêm proteína animal bovina);
- Pacientes com histórico de doenças do timo (miastenia grave, timona, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica), também devem buscar orientação de um profissional de saúde;

- Pacientes com imunossupressão (redução da atividade do sistema imunológico) de qualquer natureza, como pacientes infectados pelo HIV com imunossupressão grave; pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia, radioterapia, imunomoduladores); pacientes submetidos a transplante de órgãos; pacientes com imunodeficiência primária; e pacientes com neoplasias.