Defensoria Pública vai disponibiliza cotas em seus concursos



Os concursos públicos promovidos pela Defensoria Pública do Estado do Pará agora passarão a contar com a política de cotas. A iniciativa é pioneira entre as instituições do sistema de justiça do Estado e foi aprovada pelo Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado do Pará na segunda-feira (19), durante a sua 159ª Sessão Ordinária.

Foram delimitados 10% do total de vagas para negros, 5% para indígenas e 5% para quilombolas. Também ficou estabelecido que, caso as vagas destinadas a pessoas indígenas não sejam preenchidas, serão destinadas aos candidatos quilombolas. Da mesma forma, as vagas destinadas aos quilombolas serão remanejadas para indígenas em caso de não preenchimento. Se ambas as vagas não forem preenchidas, serão destinadas aos cotistas negros. Em último caso, não havendo candidatos de nenhuma das cotas, as vagas serão revertidas para o cômputo geral oferecido no concurso, podendo ser preenchidas pelos demais candidatos aprovados, obedecida a ordem de classificação.

A Defensora Pública Geral, Jeniffer de Barros Rodrigues ressalta a importância das políticas afirmativas para um acesso mais democrático à instituição. “A política de cotas é um importante instrumento de promoção da igualdade de direitos. A Defensoria Pública tem como missão a promoção dos direitos humanos, isso deve envolver nossas práticas internas. Estou muito feliz em poder fazer parte da construção desse momento tão importante na nossa instituição”, declarou.

Assim como ela, a defensora pública Juliana Oliveira, coordenadora do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos e Ações Estratégicas (NDDH) da Defensoria Pública, também enfatizou o avanço que a política de cotas representa para a sociedade. “Trata-se de uma demanda antiga do movimento social e que conseguimos implementar na instituição. Esperamos que o Pará siga o exemplo de inserir as cotas para negros, indígenas e quilombolas em todos os concursos do Estado”, afirmou.

A proposta das cotas foi elaborada pelo conselheiro Fernando Albuquerque e o relator foi o conselheiro, Walter Barreto. O texto final da Resolução havia sido aprovado na 155ª Sessão Ordinária do Conselho Superior, no dia 5 de dezembro de 2017, conforme proposta do NDDH da Defensoria Pública, apresentada em 2016.

O percentual das cotas ficou fixado em 20% das vagas dos concursos para defensor público, servidor público e estagiário, sendo 10% delas destinadas a negros, 5% destinadas a indígenas e outros 5% destinadas a quilombolas.