As secretarias municipais de
Saúde devem permanecer vigilantes e informar imediatamente à Secretaria de
Estado de Saúde Pública (Sespa) casos de epizootia (presença de macacos doentes
ou mortos), para que a Secretaria estadual e a gestão municipal possam adotar
as medidas preventivas contra a febre amarela na área suspeita, afirmou o
diretor do Departamento de Controle de Endemias da Sespa, Bernardo Cardoso,
nesta sexta-feira (23), em reunião no Conselho Estadual de Saúde (CES). Quando
ocorre epizootia os animais devem ser examinados no Instituto Evandro Chagas
(IEC), onde é possível saber se morreram por causa do vírus da febre amarela.
Bernardo Cardoso atendeu a uma solicitação do CES para que apresentasse aos
conselheiros a situação da febre amarela no Pará.
Segundo Bernardo Cardoso, quando
há casos de febre amarela em macacos uma das medidas preventivas é vacinar a
população humana no entorno, até cinco quilômetros do local do episódio. Ele
também alertou sobre a importância de vacinar a população de forma rotineira,
porque a cobertura vacinal ainda é muito baixa e a Amazônia é uma região
endêmica. “O Pará não adota o esquema fracionado de vacinação contra a doença
por estar em área endêmica, e a única forma de evitar a febre amarela silvestre
é com a vacina”, enfatizou o diretor da Sespa, acrescentando que há 200 mil
doses de vacina contra a febre amarela disponíveis em todo o Estado.
Bernardo Cardoso informou ainda
que, de 26 a 29 de março, o IEC e a Sespa iniciarão uma série de cursos para
ensinar a veterinários a coleta dos órgãos dos animais mortos no próprio
município, evitando o transporte do animal inteiro para Belém. “O objetivo é
reduzir o volume de material que chega até o IEC para ser examinado”, observou
o diretor da Sespa. Na primeira turma serão treinados profissionais da própria
Sespa, mas depois o curso será descentralizado para as Regionais de Saúde, a
fim de capacitar profissionais das secretarias municipais de Saúde.
Quanto aos números da febre
amarela no Pará, Bernardo Cardoso informou que, em 2017, foram registrados 11
casos de febre amarela, com sete óbitos, sendo três em Alenquer, um em Monte
Alegre, um em Aveiro, um em Bagre e um em Oeiras do Pará. Já as evoluções com
cura foram registradas nos municípios de Alenquer, Monte Alegre, Juruti e
Óbidos. Todas as confirmações foram feitas pelo IEC.
Dengue – O diretor disse também
que a população deve manter a vigilância em relação à dengue, cujos casos
aumentam, principalmente, entre os meses de abril e setembro, período de
estiagem . “As chuvas intensas que caem atualmente, na verdade, carregam os
ovos nos criadouros”, explicou o diretor de Endemias.
Segundo Bernardo Cardoso, houve
uma redução de 97% nos casos de dengue em comparação a janeiro de 2017. “Além
disso, há três anos que estamos sem morte causada por dengue no Estado”,
acrescentou.
A primeira reunião ordinária da
entidade em 2018 foi a última desta gestão, tendo como presidente a
nutricionista Eunice Begot.