Missionária Francisca Vaz ao lado do genro Jean e a filha Aline Vaz, acusados do crime |
O Ministério Público do Estado do
Pará, por meio da 1ª promotora de Justiça Criminal de Redenção, Magdalena
Torres Teixeira, ofereceu denúncia contra sete pessoas acusadas de participarem
do assassinato de Maria Francisca de Sousa Vaz, conhecida como missionária
Francisca, e de Joanice Silva de Jesus. O duplo homicídio ocorreu no dia 9 de
dezembro de 2017, em Redenção, na casa de uma das vítimas.
A filha e o genro da
missionária morta foram os mentores do crime. Foram denunciados pelo Ministério
Público do Estado: Ricardo Pereira Lima da Silva (missionário Ricardo); Jean
Altamir Rodrigues da Silva (genro), Aline Lásara Gomes de Sousa Vaz (filha),
Wesley Costa da Silva, Euzilene Alves de Almeida, Ednelson da Silva Rosa de
Oliveira e Dourivan Sousa Lima.
A motivação do crime foi a ganância do genro
Jean e da filha Aline pelo dinheiro da venda da residência de propriedade da
missionária Francisca. Euzilene e Wesley são companheiros e visavam retorno
financeiro com a morte. Da mesma forma o missionário Ricardo, pessoa de
confiança de Francisca, visava ter vantagem econômica.
Já Ednelson Oliveira é
acusado do crime de falso testemunho durante o inquérito policial e Dourivan
Lima do crime de ameaça contra Wesley e Euzilene para que não contassem nada à
polícia civil, pois haviam sido filmados por uma câmera de monitoramento de um
supermercado durante a fuga.O crime Francisca foi morta com requintes de
crueldade e uso de emboscada ou dissimulação pelos seus algozes, que utilizaram
objeto contuso aplicando-lhe golpe na cabeça.
Joanice Silva foi esfaqueada na
face e na mandíbula. As vítimas morreram sem ter qualquer chance de defesa. O
missionário Ricardo, Wesley e Euzilene receberam promessa de recompensa no
valor de R$ 5 mil, previamente ajustada com Jean e Aline, genro e filha,
respectivamente. Para cumprirem o acordado dirigiram-se no dia 8 de dezembro à
casa de Francisca e entraram para orar.
Não contavam nesse dia com a presença
de Joanice SIlva, que acabou sendo executada também. Esse crime não estava no
roteiro inicial dos assassinos, sendo decidido naquele momento. Após o momento
de oração Euzilene e o missionário Ricardo chamaram Francisca para o quintal da
frente da residência, perto da entrada de acesso para o salão.
Nesse local,
Euzilene segurou a missionária e Ricardo usando um objeto contundente, desferiu
um golpe na região lateral esquerda da cabeça da vítima e, após, virou o
pescoço dela, torcendo-o. Como a vítima ainda estava respirando, jogaram um
saco de cimento em cima dela. Em seguida, Euzilene e Ricardo retornaram para
dentro do imóvel, onde depararam-se com Joanice gritando e lutando
desesperadamente contra Wesley e Aline, para salvar sua vida.
Passaram então a
segurar Joanice e esta recebeu golpes com um cabo de rodo e facadas no rosto.
Consumado o duplo homicídio, Jean entrou na casa, pegou a faca e os celulares
das vítimas e todos empreenderam fuga, mas antes reviraram o guarda roupas para
simularem um roubo. Após individualização das condutas, Ricardo, Euzilene,
Aline, Jean e Wesley responderão em concurso de pessoas e material pelo crime
de homicídio qualificado, duas vezes. Jean responderá também pelo crime de
ameaça. Ednelson por falso testemunho e Dourivan pelo crime de ameaça.