Os direitos dos povos indígenas e populações tradicionais e o uso sustentável da biodiversidade estarão em destaque em Belém, no período de 07 a 10 de agosto de 2018. Denominado "Belém+30", o maior evento na área vai reunir o XVI Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia, o XII Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia e a I Feira Mundial de Sociobiodiversidade, no Hangar Centro de Convenções da Amazônia. O evento, realizado pela Universidade Federal do Pará - UFPA, Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG e Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), é promovido pela Sociedade Internacional de Etnobiologia (ISE) e Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia (SBEE).
O Belém+30 vai reunir participantes de
todos os continentes, incluindo pesquisadores acadêmicos, representantes de
ONGs e agências de governos, ativistas, líderes e representantes de povos
indígenas e comunidades tradicionais de diferentes países, além de estudantes
de todos os níveis de formação. Os membros das duas sociedades participantes
(ISE, SBEE) incluem profissionais de todas as áreas do conhecimento, sobretudo
antropólogos, arqueólogos, linguistas, biólogos e ecólogos de reconhecida
liderança nas suas respectivas disciplinas, e que representam diversas
abordagens teóricas e metodológicas.
No grande encontro entre os povos
indígenas, populações tradicionais, pesquisadores e a população em geral, os
participantes irão socializar os avanços científicos, éticos e jurídicos, ao
longo das últimas três décadas, relacionados ao conhecimento ecológico
tradicional dos povos indígenas. O evento também vai debater e alertar sobre as
grandes ameaças atuais à sociobiodiversidade do planeta.
XVI Congresso da Sociedade Internacional
de Etnobiologia: 30 anos após a primeira edição, ocorrida em 1998, o Congresso
da Sociedade Internacional de Etnobiologia voltará à Belém. No primeiro evento,
foi elaborada a Declaração de Belém por pesquisadores das ciências sociais e
naturais, ambientalistas e representantes indígenas de 25 países, que se
encontraram para discutir interesses comuns. Na época, os especialistas
debateram os estudos sobre as formas como os povos indígenas e os camponeses percebem,
usam e gerenciam os recursos naturais de maneira única, além do desenvolvimento
de programas sobre a conservação da diversidade biológica e cultural. Assim, os
etnobiólogos relataram, na Declaração de Belém, as principais precupações da
época, incluindo o desaparecimento de florestas tropicais e outros ecosistemas,
a ameaça de extinção a diversas espécies de plantas e animais e, ainda, a
perturbação e destruição de culturas indígenas ao redor do mundo.
O documento reconheceu a conexão entre a
diversidade biológica e cultural, destacando o papel fundamental dos povos
indígenas e comunidades tradicionais para a conservação ambiental do planeta e
chamando atenção para os processos mútuos de ameaça aos povos tradicionais,
suas culturas e aos territórios onde eles habitam física e simbolicamente. Além
disso, o Congresso, realizado há 30 anos, resultou na criação da Sociedade
Internacional de Etnobiologia-ISE, que desde então, a cada dois anos, promove
eventos mundiais em diferentes países, incluindo China, Índia, Peru, Canadá,
França, Butão e Uganda.
Em 2018, com o tema central "Belém
+30. Os direitos dos povos indígenas e populações tradicionais e a conservação
da biodiversidade três décadas após a Declaração de Belém", o XVI
Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia vai comemorar os 30 anos
da ISE e, principalmente, refletir sobre as repercussões da Declaração de
Belém, trinta anos depois. O evento celebrará os avanços nas pesquisas
desenvolvidas mundialmente em etnobiologia e etnoecologia, em consonância com
os interesses dos povos indígenas e, ao mesmo tempo, pretende debater sobre os
novos desafios para os direitos dos povos indígenas e outras comunidades
tradicionais e as ameaças atuais à conservação e uso sustentável da
sociobiodiversidade.
Para a organização, trazer o evento
mundial de volta a cidade de origem, Belém do Pará, garante maior acesso e
divulgação da produção científica sobre a Amazônia, ampliando as possibilidades
de intercâmbio, socialização e diálogo sobre os conhecimentos, métodos e
maneiras de desenvolver pesquisa, em parceria com povos indígenas e outras
comunidades tradicionais do mundo, além dos centros de pesquisa internacionais.
Programação: Em quatro dias de evento, o
público poderá participar de palestras magnas de diversos especialistas e
lideranças indígenas renomadas, como o cacique Raoni, do povo Caiapó, que já é
presença confirmada. Também serão realizadas sessões acadêmicas organizadas em
torno dos eixos temáticos do evento que são: Conhecimentos tradicionais associados
à biodiversidade: aspectos jurídicos, éticos e econômicos; Mudanças globais:
percepções e ações locais; Sociobiodiversidade e segurança alimentar; Ecologia
histórica e a ontologia de paisagens; Medicina tradicional, cosmologia e
biodiversidade; e, ainda, Manejo e conservação da biodiversidade: diálogos de
saberes e experiências.
A programação inclui também mesas de
trabalho, sessão de pôsteres com prêmios para as melhores contribuições,
mini-cursos no primeiro dia do evento para alunos de graduação e pós-graduação.
E, ainda, a primeira feira mundial com produtos da sociobiodiversidade, além de
programação cultural com danças e artes dos povos e comunidades tradicionais, e
uma exposição no Museu Emílio Goeldi sobre o legado do antropólogo Darell Posey,
pioneiro na etnobiologia no Brasil e na organização do primeiro congresso em
1988. Na programação pré-evento, de 4 a 6 de agosto, estão previstas visitas a
diversas comunidades tradicionais no entorno de Belém, uma oportunidade de
experiência para os participantes com o turismo de base comunitária.
Inscrições: O prazo para submissão de
propostas para sessões organizadas, oficinas, mini- cursos, lançamento de
livros e festivais temáticos de filme encerrou no dia 20 de fevereiro de 2018.
Já as submissões individuais (apresentações orais, pôsteres, filmes,
performances) seguem até o dia 15 de abril de 2018. Não é necessário fazer a
inscrição para submeter propostas. As submissões devem ser feitas no endereço
eletrônico www.ise2018belem.com. As inscrições para o evento também já estão
abertas, no mesmo site, e o prazo com desconto especial encerra no dia 30 de
abril.
Serviço: Belém + 30
XVI CONGRESSO DA SOCIEDADE INTERNACIONAL
DE ETNOBIOLOGIA
XII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ETNOBIOLOGIA
E ETNOECOLOGIA
I FEIRA MUNDIAL DA SOCIOBIODIVERSIDADE
Data: 07 a 10 de agosto de 2018.
Local: Hangar Centro de Convenções da
Amazônia, Belém - Pa.
Submissões de trabalhos individuais: até
15 de abril.
Inscrições com descontos especiais: até
30 de abril.
Mais informações acesse
www.ise2018belem.com.