De 17 a 23 de março, Brasília
recebe dois importantes eventos, são eles o VIII Fórum Mundial da Água e o
Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA). O segundo é promovido pelo Ministério
Público Brasileiro e a Universidade de Brasília (UNB), com a participação de
representantes da sociedade civil, como um contraponto às discussões
sustentadas no primeiro, o fórum oficial, e aborda o risco socioambiental da
construção de barragens e a água como Direito Humano.
O Conselho Nacional do Ministério
Público (CNMP), o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Federal,
a Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), em parceria com
outras entidades, organizaram a programação do evento.
No sábado, aconteceu o “Ciclo de
Debates I – Barragens e Risco Socioambiental”, realizado em três painéis:
“Barcarena – Caso Mineradora Hydro”, “Mariana – Caso Samarco” e “Altamira –
Caso Belo Monte e Caso Onça Puma”. Esse último contou com a participação do
procurador do Ministério Público do Trabalho no Pará, Allan Bruno, que explanou
sobre os impactos da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Allan
falou sobre o reflexo do uso da água do Rio Xingu na geração de energia na
região, especialmente no universo do trabalho de barragistas e ribeirinhos,
assim como na formação de bolsões de miséria na região, que deixam inúmeros
trabalhadores vulneráveis ao aliciamento para postos de trabalho indignos
(trabalho escravo contemporâneo e trabalho infantil).
Ontem (18) e hoje, o procurador
também esteve presente no estande virtual da Procuradoria Geral da República no
Fórum Mundial da Água, onde apresentou a exposição digital “Água, barragens e
trabalho humano”, com fotos de sua autoria que retratam as condições laborais
dos trabalhadores barragistas durante a construção de Belo Monte. Ainda nesta
semana, o MPT também participará dos debates do Processo Político do Fórum
Mundial.