Alunos das Oficinas Curro Velho apresentam peça musical “Fábrica dos Sonhos”




Estreia nesta terça-feira, 29, o espetáculo musical “Fábrica de Sonhos”, resultado do Laboratório de Artes Cênicas desenvolvido nas Oficinas Curro Velho da Fundação Cultural do Pará. A apresentação será gratuita, até o dia 31 de maio, sempre às 19h30, com entrada franca no Teatro Experimental Waldemar Henrique.

Sob direção geral de Thays Reis, os alunos da Oficina de Prática de Montagem – Teatro Musical ensaiaram e produziram uma livre adaptação do espetáculo da Broadway “Kinky Boots”. A trama é baseada na história real de Charlie, herdeiro de uma fábrica de sapatos que está à beira da falência.

Tudo muda quando ele conhece Lola, uma Drag Queen que sonha em ser estilista e vê em Charlie e sua fábrica uma oportunidade de realizar esse sonho. Juntos, os dois vão vencer o preconceito, revolucionar a fábrica e começar a produzir sapatos para o público drag, se tornando a primeira fábrica de sapatos para Drag Queens.

Esta é a primeira vez que a peça é apresentada no Brasil, por isso houve todo um cuidado e preparação especial. “Traduzimos todas as músicas, traduzimos e adaptamos o roteiro, é o nosso olhar sobre o espetáculo”, afirma a diretora de coreografia, Jeniffer Soares, 29 anos. Ela está muito confiante no trabalho desenvolvido ao longo da oficina. “Não parece que estamos trabalhando com um espetáculo de iniciantes”, conta.

A coreógrafa explica que muitos dos intérpretes tinham vivências de intolerância parecida com as dos personagens. “Nós trouxemos para a aula essas experiências para conhecer as dificuldades do outro”, disse. Mas o foco da peça é abordar esses temas de forma mais descontraída. “O espetáculo é muito leve, divertido e cheio de piadas, qualquer pessoa vai gostar”, afirma Jeniffer.

A personagem principal Lola é interpretada por Danilo Furtado, estudante de arquitetura de 22 anos. Ele diz que participar de um musical é um sonho se tornando realidade. “Como só assistia está sendo surreal estar em um musical, especialmente com um papel de tanta responsabilidade”.

Danilo ainda conta que sua paixão pelo teatro foi amor à primeira vista. “Do nada comecei a assistir musicais e me apaixonei, nem lembro como foi que aconteceu”, conta. Quando perguntado sobre qual seu novo sonho, a resposta não é surpresa nenhuma. “É assistir pelo menos um showzinho na Broadway”, afirma.

Dentre os 22 alunos da oficina, uma pessoa se destaca pela sua história. Maria Gorethe Fernandes, 60, conta que descobriu a dança e o teatro por meio do Curro Velho quando foi inscrever a neta em uma oficina. “Queria que ela fizesse bateria, mas ela quis balé e foi onde tudo começou”, disse.

Depois de ver a menina dançando, começou a se interessar por espetáculos musicais, até finalmente se envolver. “Eu chegava duas da tarde na escola de balé e só saía nove da noite, um dia precisaram de alguém na produção e eu fui chamada”, conta.

Maria sempre trabalhou nos bastidores das peças, mas quando ela passou por um processo de divórcio, encontrou no teatro a força para superar. “Tinha acabado de me separar e o teatro foi uma cura”, disse Gorete. Hoje o teatro é a atividade mais prazerosa e importante da vida de Maria. “É outro mundo, conhecimentos maravilhosos, só coisa boa”, conclui.

Resultado do Laboratório de artes cênicas- Curro velho
Dias 29, 30 e 31 de maio, às 19h, no Teatro Waldemar Henrique
Direção compartilhada entre os artistas
Direção Coreográfica: Jeniffer Soares
Direção teatral: Keila Sodrach - Wagner Guimarães
Direção musical: Rafaela Caetano

*Colaboração: Agilson Lobato