Entre os dias 07 e 10 de agosto
de 2018, a capital paraense vai ser palco de um dos maiores eventos
internacionais sobre sociobiodiversidade. É o Belém+30, que inclui o XVI
Congresso Internacional de Etnobiologia, o XII Simpósio Brasileiro de
Etnobiologia e Etnoecologia e, também, a I Feira Mundial da
Sociebiodiversidade.
China, Quênia, Hungria,
Tailândia, Estados Unidos, Holanda, México, Argentina, Portugal, Canadá,
França, Equador, Tadjiquistão, Reino Unido, Suriname, Japão, Angola, Argentina,
Nova Zelândia, Guiana Francesa, Finlândia, Chile, Peru, República Popular da
China, Austrália, Paraguai, Alemanha, Polônia, Índia e República Guiana estão
entre os mais de 30 países que já confirmaram presença no Congresso.
Inscrições - O Belém+30 vai ser
realizado no período de 7 a 10 de agosto, no hangar centro de convenções da
Amazônia, em Belém. O prazo para submissão de trabalhos individuais encerrou no
dia 30 de abril. As inscrições com descontos especiais foram prorrogadas para o
dia 25 de maio. Representantes de povos indígenas e comunidades tradicionais
podem ser inscrever gratuitamente desde que comprovem o pertencimento. Para
participar acesse o site www.ise2018belem.com.
Programação - Durante os quatro
dias oficiais do evento, em Belém, o público vai participar de palestras,
sessões acadêmicas, mesas de trabalho, sessão de pôsteres, minicursos e uma
extensa programação artístico-cultural com apresentações de carimbó, lundu,
marujada, guitarrada, capoeira, tambor de crioula, cordão de pássaros, bois,
entre várias outras manifestações.
O objetivo é proporcionar o
intercâmbio e o fortalecimento da identidade cultural, a partir da diversidade
dos grupos étnicos de várias partes do planeta e que estarão presentes no
Belém+30. Entre as principais atrações do encontro, destaque ainda para a
primeira feira mundial só com produtos da sociobiodiversidade. A intenção é
promover a produção familiar e a forma como as comunidades se relacionam com a
floresta para a obtenção de seus patrimônios, sejam alimentares, material ou
imaterial.
Declaração de Belém - A
programação vai marcar os 30 anos do primeiro Congresso Internacional de
Etnobiologia, realizado no Pará, em 1988. Na época, pesquisadores das ciências
sociais e naturais, ambientalistas e representantes indígenas de 25 países
elaboraram a Declaração de Belém. O documento norteia o trabalho dos
pesquisadores em relação à garantia dos direitos de povos indígenas e
comunidades tradicionais.
"A Declaração de Belém,
inclusive, teve influência em alguns artigos da Convenção da Diversidade
Biológica, um documento que muitos países assinaram sobre essa questão dos
direitos dos povos tradicionais. Portanto, a declaração é uma espécie de
regimento a ser seguido e observado com afinco pelos pesquisadores. A gente
sabe que as leis, hoje, estão cada vez mais sendo reformatadas no sentido de
condicionar essas comunidades tradicionais que são detentoras desse
conhecimento sobre a biodiversidade", afirma o professor e pesquisador da
UFPA, Flávio Barros, um dos organizadores do evento.
Com o tema central "Belém
+30: os direitos dos povos indígenas e as populações tradicionais e o uso
sustentável da biodiversidade, três décadas após a Declaração de Belém", o
principal objetivo do evento é refletir sobre as conquistas e os desafios da
carta de Belém, três décadas depois do primeiro encontro internacional de
Etnobiologia.
Para o professor Flávio Barros,
hoje a biodiversidade gera na geopolítica global muitos conflitos de interesse.
"Por um lado, tem o grande capital, o agronegócio ou as grandes empresas
querendo se apropriar de maneira capitalizada da biodiversidade, para uma
perspectiva de lucro. Por outro lado, temos as comunidades tradicionais, os
agricultores, os povos indígenas que mantém um outro tipo de relação com a
natureza. É uma biodiversidade que é útil a reprodução da vida, tanto no campo
material como simbólico. E essa biodiversidade tem o objetivo principal de
trazer o bem viver para essas pessoas".
O evento é promovido pela
Sociedade Internacional de Etnobiologia (ISE) e Sociedade Brasileira de
Etnobiologia e Etnoecologia (SBEE). Em Belém, a organização é da Universidade
Federal do Pará (UFPA), do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e da Fundação de
Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), em parceria com diversas outras
instituições de ensino e pesquisa da região, incluindo a Universidade Estadual
do Pará (UEPA) e a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
Serviço: Belém + 30
XVI CONGRESSO DA SOCIEDADE
INTERNACIONAL DE ETNOBIOLOGIA
Data: 07 a 10 de agosto de 2018.