Um estudo do curso de Ciência da
Computação da Universidade da Amazônia (UNAMA) desenvolveu um mapeamento da
violência em Belém por meio de monitoramento em redes sociais. A pesquisa foi
desenvolvida em 2017, pelo professor Alan Marcel e pelo estudante do último ano
da graduação Lucas Furtado, durante o trabalho final de conclusão de curso. A
ideia é mostrar que é possível ter informações de onde, quando e como os crimes
ocorrem na cidade.
A pesquisa analisou três tipos de
ocorrências: roubo, homicídio e acidentes. Os bairros com o maior índice de
relatos foram Pedreira, Marco e Marambaia. De acordo com o professor Alan
Marcel, os dados foram surpreendentes. “Estávamos esperando localidades mais
periféricas como Guamá e Terra Firme, mas pelo o que descobrimos ao analisar os
dados, a maioria das pessoas informava bairros considerados mais centrais. Ao
todo, foram 250 crimes com roubo, 175 por acidente e 125 por homicídio, sendo
que a maioria no período noturno”, afirmou.
Para fazer a análise dos dados,
os pesquisadores desenvolveram um programa de computador que detectava
palavras-chave como “roubo” e “morte”. A partir disso, todas as informações
eram checadas para que a somente as notícias verdadeiras fossem analisadas. “Os
portais de notícias e os próprios usuários foram essenciais para que não
contabilizássemos fake news. Tudo foi muito bem filtrado e analisado para não
ter erros e dar credibilidade à pesquisa”, destacou Lucas Furtado.
O período de maior ocorrência foi
em outubro, mês do Círio de Nazaré. “O maior índice de criminalidade foi a
época que temos mais pessoas na cidade por conta das festividades do Círio. O
período com menos índices, em 2017, foi fevereiro e março”, apontou Marcel.
Mesmo com a grande quantidade de
informações disponíveis na internet, os pesquisadores conseguiram resumir as
ocorrências, transformando em dados relevantes para órgãos de segurança
pública, por exemplo. “Os dados servem como antecipação dos problemas. Podem
ficar armazenados em um site, futuramente, e as pessoas podem usar como
referência para não correr riscos. É uma prova de que podemos encontrar
assuntos sérios nas redes, muito diferente do que muitas pessoas possam achar”,
finalizou o professor.