Professores pedem mudanças no edital do processo seletivo da Seduc




A polêmica sobre o concurso público da Seduc foi tema de debate novamente na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) nesta segunda-feira (14.05). A reunião pública, convocada pela Comissão de Educação, reuniu, além dos professores do campo, representantes da Secretaria de Educação e de universidades que mantém o curso de educação no campo.

O que os professores que atuam no interior do Estado querem é a mudança no edital n.º 01/2018, ofertando 2.112 vagas no cargo efetivo de Professor para atuar na Educação Básica da Rede Pública de Ensino. As oportunidades são para as disciplinas de Artes, Biologia, Educação física, Filosofia, Física, Geografia, História, Inglês, Português, Matemática, Química e Sociologia. Além dos profissionais de disciplinas básicas, eles querem que seja permitida a participação de professores do campo por áreas de conhecimento no certame.

“Se o curso superior de formação em Educação no Campo é reconhecido pelo MEC, é legalizado, então, esse curso também deve ser legitimado pelo Estado e dar oportunidade a todos”, cobrou Rosa Reis, representante dos discentes em educação no campo.

Segundo Salomão Hage, coordenador do Fórum Paraense de Educação no Campo, “Em todo o Brasil, há cerca de 10 mil profissionais formados nessa habilitação. No Pará, são quase 2 mil profissionais capacitados. Professores que o Estado absorve na hora de fazer processos seletivos temporários, mas não dá oportunidade na hora de fazer concursos públicos efetivos”, lamenta.

“É preciso que a Seduc reveja o edital para dar oportunidade a esses educadores formados. É uma contradição que eles possam trabalhar como temporários, mas não possam ser efetivados”, diz ele.

O deputado Aírton Faleiro, que coordenou a reunião de trabalho, endossou: “Nós consideramos esse um reparo importante, que deve ser feito, sob pena de passar para a sociedade a imagem de discriminação desses profissionais”, explicou.

Para ele, a mudança no ensino médio, determinando disciplinas obrigatórias e optativas, não é um impedimento para ofertar  vagas para esse tipo de formação profissional.

O concurso 01/2018 já está em andamento, com inscrições abertas. Por isso, a mobilização para conseguir as alterações  é urgente. Mas, para o secretário adjunto de educação José Roberto Silva, o edital deve permanecer como está. “Este concurso está previsto desde 2016, as disciplinas atendidas são as do ensino básico”, esclarece. “O concurso será feito em duas etapas, por isso, sobre a educação no campo ainda vamos ver o planejamento das ações que devem ser realizadas no próximo ano, para então definir o que deve ser contemplado num próximo edital”, explica.