Com expectativa de receber um aporte na
ordem de R$ 47,8 bilhões nos próximos doze anos, o setor energético aparece no
topo do ranking de segmentos com maior volume de investimentos previstos até
2030 em território paraense. De acordo com os dados da 5ª edição da publicação
Pará Investimentos – Oportunidades e Desafios, elaborada pela Federação das
Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), por intermédio da iniciativa REDES -
Inovação e Sustentabilidade Econômica, o setor energético tem a expectativa de
receber projetos de hidrelétricas em diversas regiões do Estado do Pará, como
Sudeste e Baixo Amazonas. O aporte equivale a 41% do montante total estimado
para o estado a partir dos projetos estruturantes. Além do setor de energia
elétrica, os investimentos alcançarão os seguintes segmentos: infraestrutura e
logística (R$ 40,3 bilhões), mineração (R$ 25,2 bilhões), agronegócio (R$ 3,4
bilhões) e Indústria em geral (R$ 1,2 bilhões).
Segundo o vice-presidente do Conselho
dos Consumidores da Celpa, Carlindo Lins, o Pará, por ser um estado exportador
de energia, não possui déficit. Ao contrário disso, vem contribuindo
significativamente com o fornecimento para outros estados, através do Sistema
Interligado Nacional (SIN). "Por conta do esgotamento das bacias hidrográficas
existentes na região Sul-Sudeste que possuem alto consumo de energia, o
planejamento da expansão da geração se voltou para a Amazônia, que possui a
maior bacia hidrográfica do País, mas tem dificuldades de serem implantados os
projetos de hidrelétricas por conta das dificuldades que são criadas com
relação aos impactos ambientais, tanto que somente usinas hidrelétricas a fio
d'água são autorizadas", explica.
LOGÍSTICA
Outro setor com expressivo volume de
investimentos previstos no estado é o de infraestrutura e logística, que deve
colocar o Pará no topo do escoamento da produção advinda do centro-oeste
brasileiro. Para o professor de economia da Universidade Federal do Pará
(UFPA), Eduardo Costa, é necessário a ampliação do sistema ferroviário e hidroviário
para que este cenário se consolide. “Para o desenvolvimento do fluxo é
importante concretizar projetos como a hidrovias Araguaia-Tocantins e a
ferrovia Norte-Sul, que depende de aporte da União; bem como a Ferrovia
Paraense, esta de âmbito estadual. Com a implantação delas, teremos maior
acessibilidade”, aponta. Ainda segundo Costa, um dos segmentos que mais se
beneficiará com o desenvolvimento da logística é o agronegócio. “É um setor
extremamente importante para o futuro da economia do Pará", afirma, explicando
que, segundo estimativa da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas
(Fapespa), em 2017 o agronegócio passou a representar 13% do Produto Interno
Bruto (PIB), principalmente no interior no Estado.
Eduardo Costa cita também a necessidade
da ampliação e construção de portos. "Os principais desafios enfrentados
no desenvolvimento da infraestrutura e logística estão relacionados a problemas
federativos, referentes ao pouco investimento do governo na Amazônia; e a baixa
atividade de empresas públicas e privadas", comenta. Ele afirma que o
ordenamento territorial, a regularização fundiária e a gestão ambiental formam
o tripé fundamental para incentivo e alimentação dos projetos, que geram
parcerias público e privadas, para atrair capital. "Com o desenvolvimento
dos projetos a serem investidos, será possível a ampliação da renda, maiores
investimentos e geração de emprego", conclui.
De acordo com o presidente do Sistema
FIEPA, José Conrado Santos, os investimentos representam oportunidades para o
setor produtivo. “O Sistema FIEPA observa com atenção a chegada dos
investimentos ao Estado e apoia os projetos que vêm contribuir para a
competitividade na região. Cabe às nossas indústrias acompanharem a vinda
desses empreendimentos e se prepararem para atender essa demanda. Neste
quesito, é fundamental a atenção à inovação e tecnologia e também firmar
parcerias com instituições como a REDES/FIEPA, que atua diretamente como o
principal apoiador das indústrias no desenvolvimento e aproximação de fornecedores
capacitados”, diz José Conrado Santos, presidente do Sistema FIEPA.
Os dados da 5ª edição do Pará
Investimentos (2018/2030) podem ser consultado através de plataforma virtual
que disponibiliza informações de cada município do estado, além das previsões
de investimentos, a partir do endereço www.parainvestimentos.redesfiepa.org.br.