O Programa de Banco de Dados de Cirurgia
Torácica do Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), em Belém (PA), foi aceito
pela Sociedade Europeia de Cirurgia Torácica. Com o aceite, o programa se
tornou referência em cirurgia para correção de estenose laringotraqueal por
meio de procedimentos a céu aberto ou endoscópico.
A elaboração se deu por conta da grande
procura de pacientes que sofreram sequelas no aparelho respiratório e fonador.
Estes pacientes não tinham solução qualitativa para esse problema de alta
complexidade.
O principal objetivo do programa é
restaurar, por meio de via cirúrgica ou endoscópica, a traqueia e a laringe que
foram danificadas em algum momento de maior gravidade. Os pacientes, geralmente
vítimas de traumatismos, usam uma cânula metálica oca, colada na traqueia
fechada para a passagem do ar. Mesmo impossibilitados de falar, podem respirar.
Por ser hospital de retaguarda, que
atende baixa e média complexidades, o HPEG também recebe pacientes em
recuperação transferidos do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência
(HMUE), localizado em Ananindeua (PA). "Os pacientes desse procedimento
cirúrgico em sua maioria passaram pelo Centro de Terapia Intensiva (CTI) do
Hospital Metropolitano e precisaram ser entubados por longo tempo para manter a
ventilação pulmonar artificial até que se recuperassem organicamente. Acolhemos
tais pacientes, refazemos as vias aéreas danificadas e, posteriormente, vem a
ressocialização deles", explica o médico coordenador da equipe do
programa, Roger Normando.
Os médicos e cirurgiões torácicos
especialistas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT), Ajalce
Janahú e Marco Antônio Tavares, os anestesiologistas também fazem parte da
equipe de trabalho. A criação e aplicação do programa à Sociedade Europeia
foram avaliados positivamente pela unidade, que passa a fazer parte de um banco
de dados nacional e internacional. As condições técnicas e estruturais, bem
como, pela quantidade e pacientes atendidos também foram ressaltados. "Foi
um alvoroço nos nossos corações o recebimento da notícia, pois este é um
resultado de uma dedicação técnica e humanística com a colaboração de muita
gente, desde a diretoria do hospital até o colaborador que transporta o
paciente", comemora Normando.