De janeiro a setembro deste ano, mais de
1.600 inspeções foram realizadas pelas equipes da Casa do Açaí e um
estabelecimento foi interditado. Nas fiscalizações, são avaliados itens como
maquinário, armazenamento, condições do estabelecimento, vestuário, forma de
trabalho, cursos de capacitação, entre outros. Também são coletadas amostras de
açaí, que são enviadas para análise laboratorial para identificação de
possíveis misturas ou agentes que possam intervir na saúde do consumidor.
Entre as normas cobradas pelo Devisa
está o isolamento da área de manipulação do fruto, que deve estar sem acesso à
residência e outras áreas ou atividades que possam ser fontes de contaminação.
A Prefeitura de Belém também disponibiliza um arquiteto para ajudar no layout
do ambiente e fluxograma de processamento do açaí. O serviço é gratuito para os
proprietários que pretendem se adequar. “Na safra intensificamos o trabalho em
função do aumento do número de pontos. Avaliamos desde a entrada, a estrutura
física geral. Itens de madeira são proibidos e a gente obedece todo o Decreto
Estadual 326. Hoje a pessoa tem condições de entrar no mercado com qualidade”,
destaca Camila Miranda, gerente da Casa do Açaí.
O trabalho de fiscalização também é
pautado pelas denúncias feitas pela população, que pode ligar para o telefone
3236-1138, não precisa se identificar, mas é necessário ter em mãos os dados
sobre o estabelecimento irregular. Uma equipe da vigilância sanitária é enviada
ao local para apuração e medidas cabíveis para interdito ou orientações ao
batedor para adequações.
Neste ano, foram 23 denúncias
investigadas, sendo oito por mistura do açaí a outros componentes. “Como temos
cerca de 5 mil pontos de venda de açaí em Belém, a população é nossa principal
aliada. Sempre que enxergar irregularidades, perceber que o estabelecimento não
faz o branqueamento ou se ficar doente com o consumo do açaí, o consumidor deve
denunciar”, reforça Camila Miranda.
Atenção - O açaí é uma fruta silvestre,
por isso o fruto pode conter microorganismos como a Salmonella sp, coliformes
fecais e o Trypanossoma cruzi, causador da doença de chagas. Para eliminar
esses riscos, o branqueamento é um grande aliado. Trata-se de uma técnica que
consiste em mergulhar o fruto do açaí, acondicionado em um balde vazado, em
água potável aquecida à temperatura de 80ºC durante dez segundos.
“É muito importante que a população
observe se o branqueamento está sendo feito. Esta técnica, quando realizada
corretamente, não altera o sabor, a cor e o aroma do açaí e alguns batedores
nos relataram que o fruto batido dura muito mais”, frisa a gerente da Casa do
Açaí.