A tecnologia inclusiva tem facilitado o
desenvolvimento de jovens e adultos em diferentes espaços. Os exemplos são
vários. Desde realidade aumentada, audiodescrição de peças de obra de arte, até
peças em 3D de objetos para deficientes visuais. E quando o assunto é sala de
aula, o conteúdo programático fica mais atrativo se tiver algum auxílio dos
meios tecnológicos. A inclusão educacional pode ser montada de forma barata,
com exercício integral da criatividade.
Para o pesquisador em Computação
Aplicada - Inteligência Computacional e coordenador do curso de Ciência da
Computação da UNAMA - Universidade da Amazônia, Alan Marcel Souza, existem
situações em que há necessidade de criações adaptadas. “Hoje em dia, a
tecnologia faz parte das nossas vidas. Em geral, os alunos que têm acesso a
esse tipo dispositivo conseguem aprender de uma forma mais rápida e eficiente.
Peças de brinquedos quebrados ou antigos podem ser transformadas e virar outro
brinquedo para inclusão digital. Os objetos recicláveis, como garrafas pet,
tampas de garrafas, latinhas conectados a equipamentos eletrônicos, podem ser
matéria-prima um brinquedo para a mesma finalidade”, disse o professor, que
também é mestre em Processos Industriais.
Os materiais dessas aulas são compostos
de kits importados e tem custos elevados. “Somente escolas de alto padrão
conseguem comprar esses produtos. As escolas públicas, por outro lado, são
carentes desse tipo de tecnologia”, disse Alan. “O miriti, por exemplo, é uma
alternativa. Por ser leve, pode ser usado para brinquedos flutuantes e
voadores. Essa utilização de matéria-prima local gera projetos inovadores e
interessantes”, ressaltou o professor mostrando como a Amazônia fornece quase
de graça recursos que são readaptáveis.
Mesmo a região Norte sendo um pouco mais
atrasada em relação aos projetos de outros estados do Sul e Sudeste, já existem
criações inclusivas locais em universidades ou particulares financiadas por
empresas privadas. Para o coordenador da UNAMA, essas tecnologias são
alternativas para contribuir na educação de milhares de jovens. “Alunos de baixa renda, normalmente, ficam
desinteressados, porque eles só têm acesso à metodologia tradicional de ensino
(professor, quadro e giz). Como eles não tem acesso a kits tecnológicos para
variar a maneira de aprender, esses estudantes costumam evadir. Logo, os
projetos de inclusão digital ajudam a diminuir a evasão, aumentam o interesse
dos alunos pelos assuntos lecionados e os motivam”, finaliza.