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Marcelo Fonseca de Souza, Marcelo Xará, considerado uma das lideranças da facção criminosa Comando Vermelho - Foto: Ascom/PC |
A prisão é resultado da operação Butano
deflagrada pela Polícia Civil do Rio para reprimir esquema de monopólio de
comércio de gás de cozinha nas duas comunidades sob comando de Marcelo Xará. A
operação prendeu 13 pessoas na capital do Rio e uma em Belém.
As informações da operação foram
divulgadas, em coletiva de imprensa, na Delegacia-Geral. Participaram da
coletiva o delegado-geral do Pará, Claudio Galeno, e os delegados Fernando
Rocha, diretor do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil do Pará, e Rodrigo
Martiniano, do 44º DP do Rio, no bairro de Inhaúma. Segundo o delegado
Martiniano, as informações são de que Marcelo Xará estava morando desde
setembro deste ano, em Belém, de onde comandava a organização criminosa no Rio
e promovia lavagem do dinheiro arrecadado no crime.
O delegado explica que ele já esteve
preso por 25 anos por tráfico de drogas e que cumpriu a pena, sendo posto em
liberdade em julho deste ano. As investigações realizadas pela equipe do Rio
mostram que, desde janeiro deste ano, Marcelo chefiava um esquema que
monopolizava o comércio de gás de cozinha nos morros do Engenho e Mangueira.
Pelo esquema, havia uma empresa de venda
de gás, na comunidade do Engenho, em que moradores das comunidades eram
coagidos por traficantes armados a comprar gás apenas nesse local, caso
contrário, sofreriam retaliações. Conforme o delegado, o gás de cozinha era
comercializado a preços acima do valor normal de mercado.
A partir de informações recebidas pelo
44º DP do Rio, as investigações tiveram início e, dessa forma, as pessoas
envolvidas no esquema foram identificadas e presas. No Rio, entre os presos,
estão o dono do comércio e o contador da empresa responsável pela lavagem do
dinheiro. Em Belém, quatro policiais civis do Rio com apoio de policiais civis
do Núcleo de Inteligência Policial e do Grupo de Pronto-Emprego (GPE) do Pará
cumpriram o mandado de prisão de Marcelo. O preso foi conduzido para a sede da
Delegacia-Geral para ficar recolhido no aguardo de transferência para o Rio de
Janeiro.
De acordo com o delegado-geral Claudio
Galeno, o preso estava em Belém para sair do foco do Rio de Janeiro e que,
mesmo distante da capital carioca, continuava a comandar a organização
criminosa. Ele ressalta que ainda não há qualquer confirmação de que o preso
estaria também em Belém com objetivo de coordenar uma facção criminosa no Pará.
"Só as investigações em andamento poderão esclarecer esse fato",
explica Galeno.
Em relação ao apartamento de luxo, em
Belém, onde o preso estava residindo, Galeno salienta que líderes de grupos
criminosos do centro Sul e Sudeste migram para Estados do Norte e Nordeste,
para sair do foco das ações criminosas nas regiões onde moram. Para tanto,
ressalta o delegado-geral, que o intercâmbio entre a Polícia Civil do Pará e as
de outros Estados é constante e conta com reuniões periódicas para tratar de
ações conjuntas de combate ao crime e para prestar apoio logístico para que
investigações de outros Estados sejam cumpridas com sucesso.