Operação resulta na prisão de líder de facção criminosa do Rio de Janeiro em Belém

Marcelo Fonseca de Souza, Marcelo Xará, considerado uma das lideranças da facção criminosa Comando Vermelho  - Foto: Ascom/PC


 A Polícia Civil do Rio de Janeiro, com apoio da Polícia Civil do Pará, prendeu, nesta quarta-feira (21), em Belém, em cumprimento a mandado de prisão preventiva, o carioca Marcelo Fonseca de Souza, 47 anos, conhecido como Marcelo Xará, considerado uma das lideranças da facção criminosa Comando Vermelho com atuação nos morros do Engenho e da Mangueira, no Rio de Janeiro. Ele foi localizado durante a manhã, em um apartamento de alto padrão, no bairro do Umarizal, área nobre de Belém, onde estava residindo com familiares.

A prisão é resultado da operação Butano deflagrada pela Polícia Civil do Rio para reprimir esquema de monopólio de comércio de gás de cozinha nas duas comunidades sob comando de Marcelo Xará. A operação prendeu 13 pessoas na capital do Rio e uma em Belém.

As informações da operação foram divulgadas, em coletiva de imprensa, na Delegacia-Geral. Participaram da coletiva o delegado-geral do Pará, Claudio Galeno, e os delegados Fernando Rocha, diretor do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil do Pará, e Rodrigo Martiniano, do 44º DP do Rio, no bairro de Inhaúma. Segundo o delegado Martiniano, as informações são de que Marcelo Xará estava morando desde setembro deste ano, em Belém, de onde comandava a organização criminosa no Rio e promovia lavagem do dinheiro arrecadado no crime.

O delegado explica que ele já esteve preso por 25 anos por tráfico de drogas e que cumpriu a pena, sendo posto em liberdade em julho deste ano. As investigações realizadas pela equipe do Rio mostram que, desde janeiro deste ano, Marcelo chefiava um esquema que monopolizava o comércio de gás de cozinha nos morros do Engenho e Mangueira.

Pelo esquema, havia uma empresa de venda de gás, na comunidade do Engenho, em que moradores das comunidades eram coagidos por traficantes armados a comprar gás apenas nesse local, caso contrário, sofreriam retaliações. Conforme o delegado, o gás de cozinha era comercializado a preços acima do valor normal de mercado.

A partir de informações recebidas pelo 44º DP do Rio, as investigações tiveram início e, dessa forma, as pessoas envolvidas no esquema foram identificadas e presas. No Rio, entre os presos, estão o dono do comércio e o contador da empresa responsável pela lavagem do dinheiro. Em Belém, quatro policiais civis do Rio com apoio de policiais civis do Núcleo de Inteligência Policial e do Grupo de Pronto-Emprego (GPE) do Pará cumpriram o mandado de prisão de Marcelo. O preso foi conduzido para a sede da Delegacia-Geral para ficar recolhido no aguardo de transferência para o Rio de Janeiro.

De acordo com o delegado-geral Claudio Galeno, o preso estava em Belém para sair do foco do Rio de Janeiro e que, mesmo distante da capital carioca, continuava a comandar a organização criminosa. Ele ressalta que ainda não há qualquer confirmação de que o preso estaria também em Belém com objetivo de coordenar uma facção criminosa no Pará. "Só as investigações em andamento poderão esclarecer esse fato", explica Galeno.

Em relação ao apartamento de luxo, em Belém, onde o preso estava residindo, Galeno salienta que líderes de grupos criminosos do centro Sul e Sudeste migram para Estados do Norte e Nordeste, para sair do foco das ações criminosas nas regiões onde moram. Para tanto, ressalta o delegado-geral, que o intercâmbio entre a Polícia Civil do Pará e as de outros Estados é constante e conta com reuniões periódicas para tratar de ações conjuntas de combate ao crime e para prestar apoio logístico para que investigações de outros Estados sejam cumpridas com sucesso.


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