Operação Sentinela do Norte ocupa presídios nos Complexos de Marituba e Santa Izabel


Vistoria nos presídios do Pará - Foto: Ascom/Susipe

Os Complexos Penitenciários de Marituba e Santa Izabel foram ocupados, desde a segunda-feira (5), por tropas do Comando de Missões Especiais (CME) da PM. Cerca de 200 homens participam da ação que tem caráter preventivo e busca evitar novas ocorrências envolvendo resgate de presos por criminosos armados, nos dois maiores complexos prisionais do Estado, que juntos reúnem 12 unidades prisionais e custodiam mais de 7,2 mil presos.

Durante toda a manhã desta terça-feira (6) ocorrem revistas simultâneas em centros de detenção de todo o Estado. O objetivo é frustrar possíveis plano de fuga e apreender todo tipo de material proibido nas unidades prisionais como celulares, drogas e armas de fogo que estejam com os detentos.

O foco principal são os Centros de Recuperação Penitenciário Pará I, II e III, Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel e Presídio Estadual Metropolitano I. Todas essas unidades estão sendo monitoradas diretamente pelo Centro de Inteligência Integrada da Região Norte, criado recentemente em Belém, pelo Ministério da Justiça em parceria com o Governo do Estado.

Para o diretor-geral penitenciário da Susipe, coronel Mauro Matos, a operação visa desarticular qualquer tipo de plano de fuga tanto na capital quanto no interior, além de avaliar as condições físicas das unidades prisionais para atuar de forma preventiva com reforço na segurança dos presídios que apresentem maior vulnerabilidade estrutural.

"As revistas ocorrem simultaneamente em presídios da Região Metropolitana de Belém e do interior do Estado. Hoje, a operação acontece em unidades prisionais de cinco municípios. Nosso principal objetivo é apreender materiais ilícitos no cárcere que possam contribuir para possíveis planos de fuga, além de reforçar a segurança para evitar tentativas de resgate com apoio externo. Cerca de 200 policiais do CME ocupam os pólos de Marituba e Santa Izabel, 24h por dia", afirma o diretor-geral penitenciário.

Na madrugada de hoje (6), por volta de 01h, um policial de guarda em uma das guaritas do CRPP I percebeu uma movimentação suspeita na área de mata e efetuou disparos de advertência. Houve troca de tiros com um bando armado, mas ninguém foi encontrado. "A Polícia Militar é responsável pela segurança nos presídios de todo o Estado. Com o reforço do efetivo policial, sem dúvidas, teremos melhores condições de combater esses grupos criminosos armados que têm atuado nas tentativas de resgate a presos no Pará. As investigações conduzidas pela Polícia Civil, para desarticular essa quadrilha, estão avançadas. Estamos no nível máximo de alerta para qualquer ocorrência", destaca o superintendente da Susipe, Michell Durans.

Balanço fugas

Após o término da recontagem e identificação de presos, na manhã desta terça-feira (6), a Susipe confirma a fuga de 56 detentos do CRPP I, localizado no Complexo de Santa Izabel. A ação ocorreu por volta das 04h30 da madrugada, de ontem (5). De acordo com informações da Diretoria de Administração Penitenciária da Susipe, a fuga contou com apoio externo de criminosos armados. Houve troca de tiros entre policiais do Batalhão Penitenciário Operacional e criminosos, após agentes prisionais de ronda perceberem uma movimentação suspeita no bloco carcerário e acionarem o alarme de segurança.

Dois presos foram encontrados mortos na área externa do presídio. Os corpos estão no IML de Castanhal e ainda aguardam reconhecimento. A segurança no Complexo Penitenciário de Santa Izabel foi reforçada com tropas da ROTAM e COE que estão realizando incursões na área de mata e rondas no entorno do Complexo, 24h por dia.

De acordo com a Assessoria de Segurança Institucional da Susipe, de 1º de janeiro até 5 de novembro, deste ano, foram registradas 87 fugas no Estado com 618 fugitivos e 229 recapturados. Em 2017, foram 75 fugas, com 403 fugitivos e 169 recapturados. Já com relação ao número de tentativas de resgate de presos com apoio externo, foram registradas 54 ocorrências, neste ano. Em 2017 foram 120.

O levantamento aponta ainda que em 2018, 28 presos morreram em confronto armado com a PM dentro de unidades prisionais do Estado, durante rebeliões, motins e/ou tentativas de resgate de presos. Em 2017, foram 24.