Já está
disponível em Belém o tratamento de Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), que
é um novo método de prevenção à infecção pelo HIV, voltado para pessoas que
tenham maior chance de entrar em contato com o vírus, como gays, homens que
fazem sexo com outros homens, trans e trabalhadores do sexo. Disponibilizado
pelo Ministério da Saúde, o tratamento e acompanhamento é feito gratuitamente,
em âmbito municipal, no Centro de Atenção à Saúde nas Doenças Infecciosas
Adquiridas (Casa Dia), de segunda a sexta-feira, de 8h às 17h, e, em âmbito estadual,
na Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias
Especiais (URE DIPE).
A PrEP é uma
estratégia de prevenção do HIV, que se antecipa ao risco de infecção por meio
da combinação de dois medicamentos (tenofovir + entricitabina). “Para ter
efeito, a medicação tem que ser tomada todos os dias para que esteja com a
concentração suficiente na corrente sanguínea, permitindo o bloqueio do vírus
de forma eficiente. A medicação só faz efeito após sete dias de uso contínuo
para relação anal e 20 dias para relação vaginal”, explica Cledson Sampaio,
coordenador da Referência Técnica de Infecções Sexualmente Transmissíveis,
HIV/Aids e Hepatites Virais da Secretaria Municipal de Saúde de Belém.
Podem também
solicitar o uso da PrEP pessoas que frequentemente deixam de usar camisinha em
suas relações sexuais (anais ou vaginais); têm relações sexuais, sem camisinha,
com alguém que seja HIV positivo e que não esteja em tratamento; fazem uso
repetido de PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV); e apresentam episódios
frequentes de Infecções Sexualmente Transmissíveis.
De acordo com
Cledson, pessoas que se enquadram no perfil da PrEP devem procurar o serviço de
saúde para avaliação. “Estamos desde agosto com essa estratégia implantada no
município e já temos 31 pessoas cadastradas, fazendo uso dos medicamentos da
PrEP. O município tem capacidade para atender até 200 pessoas por ano. Hoje a
procura está em cerca de três pessoas por dia, mas todas precisam passar por
uma avaliação criteriosa, que define se a pessoa entrará ou não no esquema de
profilaxia”, ressalta. Quem entra para o esquema da PrEP deve tomar o
medicamento diariamente, fazer exames regulares e buscar a medicação
gratuitamente a cada três meses.
O coordenador
alerta que a PrEP deve ser combinada com o uso do preservativo, pois o
tratamento não previne infecções
sexualmente transmissíveis, como sífilis, clamídia e gonorréia. “Nós
trabalhamos a prevenção combinada, mesmo com o uso de novas tecnologias para o
combate ao HIV, o preservativo sempre deve fazer parte da prevenção”,
esclarece.
De acordo com
o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), nos últimos seis
anos, Belém notificou mais de 4 mil casos de HIV/Aids em pessoas adultas. Deste
total, 515 foram diagnosticadas somente em 2018 (janeiro a novembro).
SERVIÇO:
Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) disponível Centro de Atenção à Saúde nas
Doenças Infecciosas Adquiridas (Casa Dia), de segunda a sexta-feira, de 8h às
17h, e, em âmbito estadual, na Unidade de Referência Especializada em Doenças
Infecciosas e Parasitárias Especiais (URE DIPE) para pessoas que se enquadram nos
critérios definidos pelo Ministério da Saúde.