Ver-o-Peso completa 392 anos

Mercado do Ver-o-Peso - Foto: Oswaldo Forte/Comus/PMB


Nesta quarta-feira, 27, o Ver-o-Peso completa mais um aniversario e como já vem acontecendo á vários anos, o Dieese/PA mostra através deste Estudo a importância econômica deste centenário complexo.

O Ver-o-Peso em Belém foi inaugurado no dia 27 de Março de 1627, portanto vai completar 392 anos e por lá circulam diariamente quase 50 mil pessoas. Ao longo deste tempo transformou-se em um gigantesco complexo, com quase 30 mil metros quadrados de área, sendo considerado hoje, a maior Feira Livre a céu aberto da América Latina, onde trabalham aproximadamente 5 mil pessoas distribuídas em cerca de 12 atividades comerciais (com vendas de frutas, verduras e legumes, peixes, carne, mariscos, aves vivas, farinha, comida regionais, ervas e cheiros diversos, tucupi, maniva, Açaí, artesanato e importados), espalhadas pelo chamado Complexo do Ver-o-Peso (Mercado de Peixe, Mercado de Carne, Feira da Alimentação e a Feira do Açaí). 

Estima-se que a contribuição conjunta de todas as atividades do Complexo do Ver-o-Peso injetem na Economia paraense diariamente cerca de R$ 1 milhão. Os dados levantados mais uma vez no Estudo do Dieese/PA sobre o Complexo do Ver-o-Peso em Belém em relação principalmente as suas atividades impressionam a cada ano.

No caso especifico da movimentação do pescado no Ver-o-Peso os números são gigantesco, segundo o órgão, o Estado está entre os maiores produtores de Pescado do Pais, contribui com a Balança Comercial nacional com cerca de 20 % de todo o pescado produzido. A produção paraense é de cerca de 300 mil toneladas ano, uma parte considerável desta produção escoa diariamente pelo Complexo do Ver-O-Peso. 

A estimativa é de que por dia transitem através do Complexo entre 80 a 100 toneladas de pescado, chegando a 150 toneladas por ocasião da Semana Santa. Entre 12 a 15 toneladas são comercializadas diariamente no próprio Mercado do Ver-o-Peso, o restante são distribuídos pelos demais Mercados Municipais e Feiras da Grande Belém e/ou exportados através de caminhões Frigoríficos para outros Municípios do Estado e também para outros Estados da Federação.

O Complexo do Ver-O-Peso é visitado por dia por milhares de turistas, para uma simples foto, mas principalmente para a compra de frutas da região e das famosas ervas medicinais e cheiros do Pará, são turistas de outros Estados e até de outros países.

O mais antigo e o maior entreposto comercial da Amazônia é um lugar em que se vende praticamente de tudo. O comércio pesqueiro domina o lugar com as vendas de cerca de 40 tipos diferentes de pescado como a dourada, pescada branca, pescada amarela, pescada gó, filhote, tamuatá, corvina, cação, enchova, pratiquei-a, tambaqui, tucunaré, mapará, xaréu, sarda, pirapema e outros tantos, de uma variedade de peixes inédita no Brasil e do mundo.

Já a Feira do Açaí (mesmos com todos os problemas ligados a sazonalidade e comercialização) estima-se que a comercialização média por ano alcance cerca de 30 toneladas do produto, movimentando uma receita gigantesca com estas vendas.

Ainda segundo o DIEESE/PA, além do Peixe e do Açaí são comercializados diariamente também dezenas de outros produtos entre eles a Farinha de Mandioca e os produtos Hortis (Hortaliças, Verduras e Legumes), assim como as Frutas Típicas da Região.  No caso da Farinha, são cerca 30 vendedores comercializando por dia, entre 4,0 mil a 5,0 mil quilos de farinha de mandioca com uma média mensal de aproximadamente 140 mil quilos. 

O produto, em sua maioria, vem das ilhas próximas de Belém, como também de Santa Izabel, Capitão Poço e outras cidades do Nordeste paraense. A média anual da comercialização da Farinha de Mandioca no Complexo do Ver-o-Peso nos últimos oito anos, esta estimada em aproximadamente 100 toneladas/ano.

No caso dos Hortifrutigranjeiros , os números também impressionam , estima-se que sejam comercializadas no Complexo do Ver-o-Peso aproximadamente 30 toneladas de hortaliças, legumes e produtos de granjas mensalmente. Mais de 70 vendedores comercializam cerca de 10 mil maços de verdura por dia a preços que oscilam entre R$ 1,00 e R$ 2,00 a unidade, o que resulta numa renda expressiva em um dia movimentado.

Cheiro-verde, Alface, Tomate, Caruru, Alface, Couve, Alfavaca, entre outros, dobram de quantidade na época da safra. No setor de cereais, cerca de duas toneladas são comercializadas por dia, contando-se arroz, feijão e outros grãos vendidos nas barracas próximas ao Mercado de Peixe. Há ainda os vendedores de bombom de cupuaçu e de polpa de frutas, a venda varia de acordo com a safra, mas a variedade é grande em qualquer época: cupuaçu, bacuri, maracujá, acerola, goiaba, taperebá, e outras são vendidas no atacado e no varejo.

Na Feira do Ver-o-Peso também se da a maior comercialização diária do Tucupi e da Maniva, estas vendas crescem mais ainda na época do Círio de Nazaré. Em função de tudo isso, ao completar na próxima quarta-feira 392 anos o Ver-o-Peso em Belém, continua tendo uma importância econômica gigantesca não só para a Economia de Belém (Capital), mas para todo o Estado do Pará.