A Alunorte e o Instituto Senai de
Inovação em Tecnologias Minerais (ISI-TM) iniciaram, este ano, uma parceria com
foco em estudos para o aproveitamento de resíduo que sobra após o processo de
refino da bauxita feito na refinaria, em Barcarena. A empresa vai investir R$ 5
milhões nestas pesquisas até 2022.
A assinatura do convênio ocorreu, hoje
(16), às 17h, no estande da Hydro, na XIV Feira da Indústria do Pará (FIPA), em
Belém (PA). “Desejamos tornar a Alunorte, maior refinaria do mundo fora da
China, uma referência global para aproveitamento de resíduo de bauxita”,
explicou Raphael Costa, diretor de Tecnologia da Área de Bauxita & Alumina
da Hydro.
“Os resultados destas pesquisas podem
ajudar nas soluções para um dos desafios mais importantes para a indústria
mineração e metais, que é a diminuição da pegada ambiental por meio da redução
das áreas de depósito de resíduo”, afirmou Carlos Neves, diretor de Operações
da Área de Bauxita & Alumina da Hydro.
No mundo, estima-se que sejam reciclados
somente 3% das 150 milhões de toneladas de resíduo anualmente, o que representa
uma taxa ainda muito baixa. O objetivo do convênio é contribuir com a meta
global de sustentabilidade do setor de 20% de aproveitamento até 2025, de
acordo com o Instituto Internacional do Alumínio.
Tanto a Alunorte quanto o ISI-TM contam
com equipes de profissionais com larga experiência em pesquisa e
desenvolvimento de resíduo de bauxita atuando neste projeto. As análises
ocorrem nos laboratórios do Senai, em Belém. A linha de pesquisa do convênio
com o Senai avalia a extração de óxido de ferro para a indústria siderúrgica,
criando também um produto secundário para condicionamento e controle de pH de
solo, que pode ser usado no agronegócio. O progresso dos estudos será
acompanhado mensalmente.
A parceria entre a Aluborte e o ISI-TM
prevê desde a caracterização física, química e mineralógica do resíduo de
bauxita até a elaboração de plano conceitual e projeto executivo para
implementação de uma planta-piloto na empresa.
Para Adriano Lucheta, diretor do
Instituto Senai de Inovação em Tecnologias Minerais, é o momento de quebrar os
antigos paradigmas e considerar os resíduo produzidos pela cadeia mineral como
matérias-primas para outras cadeias produtivas, agregando valor e aliviando a
pressão sobre o meio ambiente. “Somente por meio do investimento em inovação,
conseguiremos aplicar os conceitos de Economia Circular na mineração e a
Alunorte está sendo a pioneira no Brasil. Estamos confiantes de que também será
uma incentivadora para que outras indústrias extrativistas se insiram neste
novo contexto”, disse.