O Dia Nacional do Homem, lembrado em 15
de julho, traz à tona o debate sobre quanto essa parcela da população ainda é
pouco ativa na busca por serviços de saúde básica. Por barreiras
socioculturais, por exemplo, diferentemente da mulher, a população masculina
tende a buscar ajuda já na atenção especializada - e não no atendimento
primário, por meio da promoção da saúde e da prevenção - o que pode trazer como
consequência o agravamento de doenças.
Por ocasião da data, a Secretaria de
Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) orienta que as Secretarias Municipais
de Saúde adotem mais estratégias para desmistificar essa percepção e realizem
alertas sobre a saúde masculina.
O atendimento do homem, assim como da
população em geral, inicia na Atenção Básica (atendimento primário), pelas
Unidades Básicas de Saúde (UBS). A partir da consulta, o profissional pode
encaminhar o paciente para os serviços e centros especializados, como Centros
de Atenção Psicossocial (CAPS) ou Centro de Especialidades Odontológicas (CEO),
no caso da saúde bucal.
Na Atenção Básica, a população masculina
pode fazer uma série de exames, buscando a prevenção: sangue (hemograma e
dosagem dos níveis de colesterol total e frações, triglicerídios, glicemia e
insulina); aferição de pressão arterial, teste de glicemia, atualização do
cartão de vacina, verificação de peso e cálculo de IMC (índice de massa
corporal); e função pulmonar (indicada aos fumantes). Também integra a lista,
pesquisa de antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HBsAg); teste de
detecção de sífilis; e pesquisa de anticorpos anti-HIV e dos vírus da hepatite
C. Esses cuidados devem ser feitos da infância à vida adulta e velhice.
Nesse fluxo, o papel da Coordenação
Estadual de Saúde do Homem da Sespa é de atender a convites de instituições
públicas e privadas para ministrar oficinas sobre a Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde do Homem, criada e estimulada pelo Ministério da
Saúde, e palestras sobre câncer de próstata, de pênis, HPV, hipertensão
arterial e diabetes, morbidades que mais acometem a população masculina no
Pará.
Toda essa articulação busca aproximar os
homens dos serviços de saúde mantidos pelos municípios, criando um vínculo com
quem em geral apresenta forte resistência antes de procurar assistência médica.
Desde que foi criada, em 2010, por
recomendação do Ministério da Saúde a todos os estados, a Coordenação tem
atuado com campanhas de prevenção com foco nos municípios, sobretudo com
palestras e capacitação de profissionais das unidades básicas de saúde. Um dos
resultados dessa articulação é a campanha "Novembro Azul" - um
resgate desse conjunto de esforços que ocorre ao longo do ano, com enfoque na
mudança do estilo de vida, contra o sedentarismo e a obesidade.
Dados - Pelas estatísticas da Sespa, os
homens morrem mais cedo que as mulheres por falta de cuidado, sendo as maiores
vítimas de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, e de causas externas,
como violência no trânsito.
O câncer de próstata é o que mais
acomete homens no Pará. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)
e do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) apontaram
que 387 indivíduos foram acometidos pela doença em 2017, a maior parte acima
dos 40 anos. Ainda de acordo com as estatísticas do SUS, os homens vivem, em
média, sete anos a menos que as mulheres, que chegam a alcançar a idade de 77,4
anos, contra 70,2 deles.