O Rally da Pecuária 2019, maior
expedição técnica privada sobre a pecuária bovina de corte no Brasil, chega no
Pará nesta segunda-feira, dia 12 de agosto, após avaliar áreas no Rio Grande do
Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia. Técnicos da Equipe 5
visitarão propriedades nas regiões de Marabá, Xinguara e Redenção. Na
sexta-feira (15/08), ocorrerá o evento técnico gratuito para produtores e
profissionais do setor em Araguaína, município de Tocantins que faz divisa com
o Pará.
Os técnicos estarão no Pará para coletar
informações qualitativas por meio do contato direto com produtores e técnicos,
e quantitativas, por meio de amostragem de pastos, índices zootécnicos,
composição do rebanho, estimativa de confinamento, sistema de gestão e
produção, permitindo uma avaliação das produções e realidades regionais.
O Pará tem hoje cerca de 20 milhões de
cabeça de gado e, com 9% do rebanho total, figura na quinta posição no ranking
de rebanho. O estado responde por 8,4% do abate formal total e por 4,6% das
exportações brasileiras de carne bovina.
O Pará é destaque nas exportações de
bovinos vivos, com 54% do total exportado pelo país. Em 2018, saíram 425 mil
cabeças pelo porto de Vila do Conde, no Pará, com destino à Turquia (50%),
Egito (24%) e Líbano (13,7%).
Em 2019, as exportações de bovinos vivo
estão em queda. Entre janeiro e julho foram exportadas quase 327 mil cabeças,
26% a menos do que o registrado no mesmo período de 2018. Pelo Pará, no
entanto, embarcaram 200 mil cabeças, sendo 30 mil a menos (14,5%) do que o
registrado no mesmo período de 2018. Com isso, a participação do estado nas
exportações e gado em pé subiu para 62% do total exportado pelo Brasil, no
acumulado de 2019.
A tecnificação da terminação também
provoca valorização das categorias mais jovens em relação aos preços dos
animais terminados. Segundo Maurício Palma Nogueira, diretor da Athenagro e
coordenador do Rally da Pecuária, entre janeiro e agosto, a valorização do boi
sobre o mesmo período de 2018 no estado foi de 7,5% de até agosto, enquanto os
bezerros valorizaram 19,7%.
A consultoria também destaca o baixo
nível de tecnificação do estado em relação à média nacional dentre o público
entrevistado nas últimas três edições do Rally da Pecuária. Enquanto na média
do Brasil, a expedição encontrou 20% dos pecuaristas produzindo mais de 18
arrobas/hectare/ano, no Pará apenas 8% dos produtores entrevistados estavam
acima dessa produtividade.
“Nosso objetivo é alertar os pecuaristas para
que busquem se adaptar às tendências de mercado”, diz Maurício Palma Nogueira,
diretor da Athenagro e coordenador da expedição. “Cada vez mais, a pecuária
exigirá tecnificação dos sistemas de produção”, continua.
De acordo com dados pré-Rally, estima-se que
apenas 7% dos pecuaristas obtém algum lucro operacional na atividade, porém
movimentam mais de 50% do rebanho brasileiro. Nessa situação, a tendência é que
os produtores mais lucrativos cresçam em detrimento dos que estão em maior
dificuldade para registrar bons resultados. “Os preços mais altos favorecem
ainda mais essa concentração, visto que pecuaristas com escalas maiores de
produção colherão melhores resultados por área em relação ao ano anterior. Os
de baixa produtividade, por outro lado, ficarão praticamente na mesma
situação”, reforça Nogueira.
A Athenagro, que organiza o Rally da
Pecuária junto com a Agroconsult, ainda avalia a tendência de iniciar um novo
ciclo de concentração na indústria frigorífica. Com os preços pecuários em alta
e o segmento do couro vivendo um momento delicado, os frigoríficos focados no
consumo interno de carcaça terão mais dificuldades de operar.
Nesse cenário, as equipes do Rally da
Pecuária debaterão com pecuaristas e técnicos para levar informações de
mercado, tendências observadas nas últimas edições e buscar informações do
campo. Ao todo, ao longo do trajeto das 7 equipes, o Rally da Pecuária terá 8
eventos, além de 14 oficinas da produtividade, encontros e debates com
produtores e técnicos ao longo do trajeto.
ROTEIRO
A expedição técnica concentrará o roteiro
em cerca de 50 mil quilômetros nas principais regiões pecuárias de 10 estados:
Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás,
Tocantins, Pará, Mato Grosso e Rondônia.
O início das atividades em campo foi no
Rio Grande do Sul entre os dias 1 e 6 de julho, quando os técnicos da Equipe
visitaram as regiões de Porto Alegre, Pelotas, Dom Pedrito, Alegrete e Santa
Maria. A Equipe 2 esteve no Paraná entre os dias 7 e 8, nas regiões de Cascavel
e Umuarama, seguindo então ao Mato Grosso do Sul, para avaliar as regiões de
Caarapó e Jardim, concluindo a etapa em Campo Grande no dia 12. A Equipe 3 passou por Cuiabá, Cáceres, Barra
do Bugres, Mirassol D´Oeste, Pontes e Lacerda e Comodoro.
A
Equipe 4 visitou Vilhena, Rolim de Moura, Ji-Paraná, Ariquemes e Porto Velho.
Os técnicos da Equipe 6 começarão os
trabalhos em 18 de agosto em Palmas e Peixes no Tocantins, seguindo então para
Goiás, nas regiões de São Miguel do Araguaia, Mozarlândia e Jussara,
finalizando os trabalhos na capital, Goiânia, no dia 24.
A Equipe 7 sairá de Goiânia no dia 2 de
setembro, com destino a Minas Gerais, onde visitará áreas em Prata e Iturama.
No dia 5, chegará a Barretos e concluirá as atividades de campo em Marília, no
dia 6. Até o dia 12 de setembro, serão finalizadas as análises dos dados
obtidos em campo.
O Rally da Pecuária é organizado pela
Athenagro e pela Agroconsult e patrocinado por Corteva Agriscience, Ourofino
Saúde Animal, Bellman Trouw Nutrition, Santander e Amarok / Volkswagen, com
apoio do Webmotors, FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo),
ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), JetBov e
GTPS.

