O mercado brasileiro de pescados
movimentou, entre janeiro e julho de 2019, US$ 93,118 milhões nas exportações.
Já as importações chegaram a 731,248 milhões em valor, no mesmo período. Os
dados são do Ministério da Economia trabalhados pelo Centro Internacional de
Negócios do Pará (CIN/FIEPA). No Estado do Pará, a pesca continua sendo uma das
atividades econômicas mais importantes. As exportações chegaram a US$ 25,030
milhões de dólares entre janeiro a julho de 2019, com crescimento de 111,44%.
De acordo com a coordenadora do
CIN/FIEPA, Cassandra Lobato, embora os dados sejam expressivos, ainda não
condizem com o potencial que o Estado possui. “Podemos esperar muito mais do
setor”. Belém, Bragança, Ananindeua, Vigia e Curuçá estão entre os principais
municípios paraenses que mais exportam o pescado.
Os principais produtos exportados são os
peixes da marca pargo, além de cabeças, caudas e bexigas natatórias de peixes
em geral. Sendo que as cabeças e caudas foram responsáveis por quase de US$ 14
milhões de dólares, enquanto os pargos por US$ 5,678 milhões, entre janeiro a
julho. Ao todo, foram US$ 25 milhões de exportações de pescado neste mesmo
período. E quando se fala em camarões congelados, Belém se destaca entre os dez
primeiros municípios brasileiros que mais exportam este produto, e o Pará segue
liderando o ranking entre os estados, registrando US$ 1.320.744.
Para a coordenadora do CIN/FIEPA, o
setor da pesca no Pará apresenta possibilidades excelentes em diversos
aspectos. “A pesca tem um poder de transformação não só de crescimento
econômico, mas também no desenvolvimento social como a geração de emprego e
renda”, destaca Cassandra.
Considerados animais de estimação
(PETs), o mercado de peixes ornamentais também tem ganhado destaque nos últimos
anos. Segundo dados do CIN/FIEPA, entre os períodos de janeiro e julho de 2019,
o Brasil exportou cerca de US$ 4 milhões de dólares em peixes ornamentais. Os
maiores compradores de peixes ornamentais brasileiros são Taiwan, Hong Kong,
China, Japão e os Estados Unidos.
O Estado do Pará registrou o valor de
US$ 1.975 milhões de dólares em exportação no mesmo período, apresentando um
crescimento de 2,77% em relação ao ano de 2017 nos mesmos períodos. Belém,
Ananindeua e Santarém estão entre os dez municípios brasileiros que mais
exportam peixes ornamentais. Segundo o CIN/FIEPA, o Pará se destaca como o
maior produtor de peixes ornamentais do Brasil, evidenciando como esse mercado
tem sido promissor para o Estado e seus produtores.
Fato é que o Pará possui potencialidades
para intensificar e impulsionar o setor pesqueiro no cenário brasileiro. No
entanto, a cadeia produtiva da pesca ainda esbarra em questões como estrutura e
políticas públicas, conforme conta o engenheiro de pesca, André Oliveira. “De
modo geral, o setor da pesca caminha a passos curtos em termos de
transformações, mas posso ressaltar a implantação do Plano Estadual de
Desenvolvimento da Aquicultura e Pesca, uma iniciativa do governo do estado
para retratar a realidade do setor e traçar diretrizes para o fortalecimento da
cadeia”, conta o engenheiro.
Em outra ponta, a REDES, iniciativa
Fiepa, e a Norte Energia, dão andamento ao projeto que prevê o fortalecimento
da cadeia do pescado do Pará na região de influência direta e indireta da Usina
Hidrelétrica Belo Monte. A iniciativa visa mapear e oferecer possibilidades de
negócios à população da área a partir dos segmentos de pesca para consumo e
ornamental.
Para o gestor executivo da REDES, Marcel
Souza, o Pará apresenta potencialidades como nenhum outro Estado. “Podemos
perceber, através de dados sólidos, que o mercado de peixes para consumo e
ornamental tem apresentado bons resultados para o nosso Estado. O projeto tem,
então, o propósito de analisar esse mercado, para que possamos desenvolver
capacitações para o trabalhador ou empreendedor, possibilitando a ele que
aumente sua produtividade nesses segmentos”.

