Uma comissão da prefeitura de Barcarena,
formada pelos secretários municipais Jacobson Estumano (Planejamento) e Juliana
Nobre (Meio Ambiente), esteve em São Paulo, nesta quarta-feira (22), para
analisar a viabilidade técnica da aquisição de uma usina de pirólise para o município,
que trata e elimina os resíduos sólidos urbanos e ainda gera energia limpa. Se
for concretizada, a tecnologia será pioneira no Pará.
A agenda ocorreu na planta da usina de
pirólise de Monte Mor, no interior paulista, que é administrada pela empresa
RTB Holding, referência no setor de energia renovável no país. A comitiva
também contou com a presença da promotora de Justiça Erica Almeida e do
engenheiro químico Orlando Sena, representantes do Ministério Público do Estado
do Pará (MPPA), e da geóloga de Barcarena, Solange Vilaça.
Com a instalação da usina, o objetivo é
efetivar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Ministério Público do
Estado do Pará (MPPA) e a empresa Imerys Rio Capim Caulim. A multinacional
francesa deverá financiar parte do projeto (repasse de R$ 15 milhões) como
compensação pelo vazamento de caulim na bacia do Rio Dendê, em 2007, que causou
impactos sociais e ambientais no município.
Segundo levantamento atual, Barcarena
produz 20 toneladas de lixo por dia. “Para o cumprimento da Política Nacional
de Resíduos Sólidos, nós precisamos encontrar a solução final para os resíduos
de Barcarena. A pirólise, além de não causar impactos ambientais, vai
transformar o lixo em energia limpa”, afirmou a secretária municipal de Meio
Ambiente, Juliana Nobre.
Adequada aos modelos internacionais, a
usina de pirólise quebra as moléculas dos rejeitos por meio do
superaquecimento, antecipando a decomposição dos materiais. O processo, no
entanto, ocorre sem a queima dos resíduos, não gerando gases poluentes. É
realizado apenas com o aquecimento controlado e sem oxigênio. O resultado da
decomposição pode ser usado, entre outras alternativas, na geração de energia
elétrica, por meio de motores de baixa rotação.
Nas próximas etapas, a prefeitura de
Barcarena e os demais agentes envolvidos no processo irão aprofundar os estudos
de viabilidade técnica para instalação da usina no município. “Não temos
dúvidas de que é uma alternativa ambientalmente adequada para o tratamento e
destinação final dos resíduos sólidos urbanos em energia limpa”, afirmou o
titular da pasta de Planejamento, Jacobson Estumano.