Porto de Santos - Foto Internet |
Região Norte foi o maior destaque, com a
autorização de oito novos terminais privados. Para 2020, estão em andamento 16
anúncios públicos com previsão de investimentos de R$ 7,7 bilhões
Números inéditos da ATP (Associação de
Terminais Portuários Privados) mostram que 2019 foi positivo para o setor
portuário privado brasileiro. Ao longo do ano, foram autorizados 20 novos
terminais priados, com publicação no DOU (Diário Oficial da União), o que
representa uma carteira de investimento de R$ 1,5 bilhão. O perfil de carga que
se destacou foi o granel líquido (gasolina, óleo diesel e soda cáustica), que
será movimentado por 14 desses 20 terminais.
Já entre as regiões, a Norte foi a maior
beneficiada, com a criação de 11 novos terminais privados – mais da metade do
que foi feito pelo setor ao longo do ano. Segundo o presidente da ATP, Murillo
Barbosa, a região tende a ter ainda mais destaque nos próximos anos. “Sete dos
novos terminais da região foram construídos ao longo do Rio Amazonas e podem
utilizar a saída marítima da barra norte, que já ocupa o 4º lugar do País em
tonelagem de carga transportada. Acreditamos que a Região Norte tem um alto
potencial, seja pelo aumento da produção de bauxita e de grãos vindos do norte
do Mato Grosso e de outras regiões próximas, como pela conclusão da BR 163”,
afirmou Barbosa.
A Associação, que representa 29 empresas
de grande porte, que juntas movimentam 60% da carga portuária brasileira,
reuniu esforços ao longo dos últimos anos para ampliar ainda mais o potencial
dos portos do Rio Amazonas por meio de um projeto chamado Barra Norte. A meta é
aumentar ainda mais a segurança da navegação na foz do Rio e contribuir para a
eficiência logística de navios. O objetivo é que as embarcações possam ser
totalmente carregadas, o que ainda não ocorre, trazendo uma economia, que no
ano de 2018 representaria mais de US$ 57 milhões em frete com aumento de apenas
um metro de calado (altura da parte do casco que fica submersa) para os navios
que passam pela região.
A ampliação de um metro, passando dos
atuais 11,5 metros para 12,5 metros, permitiria um salto das 55 mil toneladas
de carga por navio classe Panamax atuais para, pelo menos, 63 mil toneladas.
Perspectivas para 2020
Para 2020, a perspectiva é de aumento na
carteira de investimento. Ainda no ano de 2019, foram feitos 16 novos anúncios
públicos. Destes, 13 são pedidos para autorização de novos terminais e três são
de alteração do perfil de carga movimentado. A estimativa de investimento é de
R$ 7,7 bilhões. Com destaque para os pedidos de autorizações de novos TUPs no
Espírito Santo, com perspectiva de R$ 3,11 bilhões, e em Santos (SP), com R$
2,8 bilhões.
“O setor portuário privado no Brasil
ainda enfrenta muitos desafios, como questões de regulação, altos custos com
praticagem e muita burocracia. A ATP está atenta a isso e seguirá atuante junto
a tomadores de decisão para impulsionar a liberdade de empreender no País. Os
TUPs são uma tendência nacional e deveriam ser mais valorizados pelo governo.
Contudo, estamos otimistas, pois temos um cenário onde a privatização é uma das
bandeiras do governo e o investimento privado no setor portuário já vem
superando expectativas”, afirma Murillo Barbosa.