A ludoterapia, que é a psicoterapia
voltada para o tratamento psicológico infantil, onde a principal ferramenta
dessa abordagem é a brincadeira, tem sido uma grande aliada nos consultórios de
psicologia para as crianças expressarem com maior facilidade os seus conflitos
e dificuldades.
No Hospital Yutaka Takeda (HYT),
gerenciado pela Pró-Saúde em Parauapebas (PA), a ferramenta já é usada pelo
serviço de psicologia da unidade, sendo utilizada em sessões individualizadas.
Para Débora Lanôa, psicóloga do HYT, a
ludoterapia é indicada para crianças entre 3 a 11 anos de idade, com as mais
variadas demandas, que podem ser, dificuldades de aprendizagem, distúrbios
comportamentais, traumas, abusos sexuais, pesadelos, dificuldades para dormir,
dentre outros.
“É por meio do ato de brincar que o
psicólogo tem acesso ao mundo interior da criança e consegue ajudá-la a superar
os desafios que a afligem”, comentou Débora.
A psicóloga Andreza Oliveira complementa
destacando que para alcançar melhores resultados, as primeiras sessões devem
ser realizadas com os pais ou
responsáveis pela criança.
Andreza ainda conta que o psicólogo
realiza entrevistas iniciais para reunir informações sobre a história da
criança e para conhecer a dinâmica da família. Em seguida, após as primeiras
sessões, os atendimentos são realizados apenas com a criança.
“Sabemos que as crianças não expressam
seus sentimentos e emoções como fazem os adultos, verbalizam menos e tem outras
formas de comunicações. Por isso, o atendimento é feito de forma lúdica, ou
seja, brincando, como por exemplo usando desenhos, jogos, massinhas de modelar,
entre outros”, explicou Andreza.
A psicóloga ressalta que por meio do
brincar a criança expressará seu mundo simbólico e, com auxilio do terapeuta,
encontrará recursos de enfrentamento para se posicionar diante do mundo de
forma saudável. “E tudo isso, sem prejuízos no seu dia a dia”, conclui.
Benefícios da ludoterapia
A ludoterapia traz importantes
benefícios para o desenvolvimento emocional e pessoal para as crianças. Seguem
alguns exemplos:
• Auxilia na exteriorização de
sentimentos e emoções;
• Encoraja a autoexpressão;
• Permite a liberação de medos,
angústias, apreensões, instabilidade, irritabilidade, insegurança, frustrações;
• Eleva a autoestima;
• Melhora as habilidades sociais e
relacionamentos com pais, professores e colegas;
• Facilita a compreensão dos
próprios sentimentos por parte da criança;
• Desenvolve a habilidade de lidar
com frustração e situações difíceis;
• Previne futuros conflitos
interpessoais.
“Por isso que a intervenção precoce é
sempre a melhor solução para as nossas crianças”, enfatizou a psicóloga Milena
Falcão.
Milena ainda ressalta que devido aos
inúmeros benefícios da ferramenta, é importante que a família busque
identificar sinais disfuncionais no comportamento da criança, como a
agressividade, medo e choro em excesso. "Identificando uma possível
necessidade, deve-se procurar um profissional de psicologia para realizar um
avaliação", diz.