Desocupação cresce três pontos percentuais no Pará

  

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acaba de divulgar mais um resultado mensal da PNAD Covid-19. Os dados coletados no mês de agosto revelam que a taxa de desocupação no Pará apresentou aumento de três pontos percentuais em relação a maio, saltando de 10,8% para 13,8% neste último mês, o que corresponde a aproximadamente 474 mil pessoas desocupadas. Em julho a taxa de desocupação foi de 12,5%, com 421 mil desocupados. Em agosto, o número de pessoas com sintomas cresceu e 87,1% da população não tinha plano de saúde médico.

 Notou-se também uma diminuição no número de pessoas não ocupadas que não procuraram trabalho por conta da pandemia ou por falta de trabalho na localidade, mas que gostariam de trabalhar. Em maio, esse grupo era formado por 941 mil pessoas, passando para 838 mil em agosto.

 Outro indicador aponta a flexibilização do isolamento social no estado. Em maio estimava-se que havia 852 mil pessoas ocupadas e afastadas do trabalho devido ao distanciamento social. Em agosto, esse número caiu para 189 mil pessoas: quase 80% de queda.

 Também apresentou queda o quantitativo de pessoas ocupadas e não afastadas do trabalho que exerceram suas atividades de forma remota: em maio era 113 mil pessoas e em agosto passou a ser 83 mil pessoas. Esses números correspondem, respectivamente, a 5,7% e 3,1% do total da população ocupada e não afastada.

 A informalidade no Pará se manteve estável desde o início da pesquisa (maio). O dado mais atual (agosto) aponta que havia 1,5 milhão pessoas na informalidade no estado (52,3% dos ocupados).

 Até o mês de junho mais da metade (53%) das pessoas ocupadas e afastadas do trabalho tinham deixado de receber remuneração. Em julho esse percentual caiu para 38% e em agosto atinge pouco mais de 31%. Com a redução de 22 pontos percentuais, o número que era de 549 mil pessoas caiu para 90 mil pessoas.

 O número médio de horas efetivamente trabalhadas subiu: em maio era de 23 horas de trabalho semanal e em agosto passou para 33 horas. Antes da pandemia o número médio de horas normalmente trabalhadas era de 38 horas, o que significa que em agosto houve uma aproximação da quantidade de horas normalmente trabalhadas antes da pandemia.

 A pesquisa também aponta que em maio havia 1,2 milhão de pessoas ocupadas que tiveram rendimento efetivo menor do que o que recebiam normalmente; já em agosto o número de pessoas com rendimento reduzido caiu para 810 mil.

 Em relação ao recebimento do auxílio emergencial, em agosto 64,5% dos domicílios do Pará foram beneficiados, o que repete o mesmo percentual conferido no mês anterior (julho). É possível perceber também que entre as pessoas responsáveis pelo domicílio que receberam o auxílio, a maioria (635 mil) tem o nível de escolaridade “sem instrução ou fundamental incompleto”. Já o segundo grupo mais beneficiado (496 mil) foi o de pessoas com médio completo ao superior incompleto (496 mil), seguido de pessoas com fundamental completo ao médio incompleto (307 mil). O grupo de pessoas que menos se beneficiou com o auxílio foi o de pessoas com superior completo ou pós-graduação (95 mil). Em agosto, o Pará foi o segundo estado mais beneficiado com o auxílio, ficando abaixo apenas do Amapá (em que 71% dos domicílios receberam).

 Saúde

 O número de pessoas que apresentaram algum sintoma relacionado à Covid-19 no Pará, que vinha caindo desde maio, subiu para 535 mil pessoas em agosto (foi de 480 mil em julho), o que representa 6,2% da população total.

 Em agosto, 87,1% da população do Pará não tinha plano de saúde. Dentre as pessoas com sintomas, 72,5% (388 mil pessoas) não procurou atendimento médico. Em 18% dos domicílios com presença de idosos, pelo menos um morador teve sintomas relacionados a Covid-19.

 Em relação à testagem, em agosto, 8,5% da população foi testada (736 mil pessoas), enquanto em julho 7,4% da população tinha sido testada (641 mil pessoas).

 Outros dados relacionados (educação, empréstimos)

 Entre as pessoas que frequentavam escola, no mês de agosto cerca de 44,9% tiveram atividades disponibilizadas, frente a outras 51% que não tiveram atividades e 4,2% que não tiveram por motivo de férias. O grupo que mais teve atividades disponibilizadas pertencia ao ensino fundamental, em que 49,9% dos estudantes com esse nível de instrução tiveram atividades. Em seguida o ensino superior registrou 42,8% dos estudantes com atividades, já no ensino médio o percentual foi de 30,8%.

 O mês de agosto apresentou também acentuada diminuição no número de pessoas em isolamento social. Enquanto em julho 385 mil pessoas disseram não tem feito nenhuma restrição de contato com outras pessoas, em agosto esse número foi de 568 mil pessoas. Por outro lado, 1,4 milhão de pessoas declararam estar em isolamento rigoroso ainda em agosto. Este último grupo foi composto majoritariamente por pessoas entre 0 e 13 anos; já a maioria dos que não fizeram restrições tinham entre 30 e 49 anos.

 No que se refere à solicitação de empréstimos, constatou-se que no mês de agosto 7,2% dos domicílios solicitaram e obtiveram êxito, outros 1,4% solicitaram e não tiveram aprovação e 91,4% não solicitaram.