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Erivane Sousa - assistente administrativa da Mineração Rio do Norte_Tarso Sarraf
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Superar preconceitos para demonstrar
suas habilidades e conquistar espaços no concorrido mercado de trabalho é uma
realidade que exigiu esforços redobrados de três profissionais que têm motivos
para celebrar o 21 de setembro, Dia Nacional de Luta das Pessoas com
Deficiência. Eles representam uma parcela ainda pequena dos brasileiros que
estão empregados e integrados.
Apesar da Lei de Cotas (Nº 8.213,
de 1991) garantir uma porcentagem de contratação de PCDs em empresas com mais
de 100 funcionários, estima-se que, do total de 45,6 milhões de brasileiros que
possuem algum tipo de deficiência, apenas 1% está contratado, segundo a Relação
Anual de Informações Sociais, divulgada pelo Ministério da Economia. Estes
dados mostram que o movimento pela inclusão profissional precisa evoluir mais.
Neste caminho, indústrias paraenses têm
incentivado a inserção de profissionais PCDs, viabilizando ambientes de
trabalho inclusivos e fomentando a qualificação destes empregados, visando sua
evolução de carreira. Natural de Santarém, no Oeste do Pará, a assistente administrativa da Mineração Rio
do Norte (MRN) Erivane Sousa, 26 anos, nasceu com deficiência auditiva. A
trajetória escolar foi seu primeiro desafio. Mesmo cursando escolas
qualificadas para o ensino em Libras, ela enfrentou o preconceito de estudantes
em salas de aula porque usava aparelho auditivo. “Vivemos em uma sociedade
preconceituosa, onde algumas pessoas não se importam com as necessidades dos
outros. Sempre fui muito esforçada, nunca reprovei. Tive que me esforçar muito
para chegar onde cheguei, chorei, mas não desanimei, pois sei que eu posso ser
o que eu quiser”, comenta.
Com esta determinação, Erivane mudou de
Santarém para o distrito de Porto Trombetas, em Oriximiná (PA), ao conquistar
sua primeira experiência profissional na MRN por meio do Programa Jovem
Aprendiz, em setembro de 2012. Pouco tempo depois, foi contratada. “Passei no
programa como jovem aprendiz para técnica administrativa. Adquiri experiência
no almoxarifado do Hospital de Porto de Trombetas, durante um ano e meio, e
depois surgiu uma oportunidade na mina para trabalhar como assistente
administrativa, onde estou até hoje”, relata. Para Erivane, a experiência tem
sido positiva. “Este mês, completei oito anos na empresa. São muitos
aprendizados e ensinamentos que levarei para toda a vida. Já participei de
diversos treinamentos internos na área de qualidade e de grupos de auditorias
em outras áreas. É muito proveitoso fazer parte dessa equipe”, conta.
Atualmente, Erivane cursa Engenharia de
Produção na modalidade ensino à distância na UniCesumar, instituição sediada em
Maringá (PR). A jovem determinada também incentiva outros PCDs a trilharem seus
sonhos profissionais. “Meu plano é me formar e conseguir uma vaga na área de
Engenharia de Produção. O conselho que eu dou para um PCD é: não desista dos
seus sonhos, temos uma lei que nos ampara e muitas empresas ótimas que seguem
essa lei e dão oportunidades. Eu consegui e sei que muitos irão conseguir
também”, acredita.
Acessibilidade - Assistente administrativa da
área de Segurança Patrimonial da Imerys, Michele Andrade acredita que sempre é
possível encontrar novas formas de promover a inclusão. “Entrei na Imerys há
sete anos e a empresa constantemente investe em acessibilidade. Acredito que o
melhor caminho para obter isso é escutar as pessoas com deficiência, saber
quais suas necessidades e expectativas”, conta Michele.
Atualmente, ela trabalha no município de
Barcarena, mas já pôde visitar as minas da empresa localizadas em Ipixuna do
Pará enquanto atuava na área de Recursos Humanos e ressalta que essa
oportunidade é oferecida aos demais PCDs da empresa, que viabiliza a visita de
pessoas com deficiência a demais unidades do Grupo Imerys no Pará.
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Alessandra Martins - Alubar
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Comprometimento - Alessandra
Martins, de 46 anos, trabalha há 11 meses na Alubar, empresa líder na América
Latina na fabricação de cabos elétricos de alumínio, uma das maiores produtoras
de vergalhões de ligas de alumínio do continente e fabricante de condutores
elétricos de cobre para todo o Brasil. Para ela, que possui sequela de
paralisia infantil do lado esquerdo do corpo, a inclusão de PCD nas
organizações deve ir além do cumprimento da cota prevista na legislação. “Para
serem de fato inclusivas, as empresas precisam ter comprometimento com o fator
necessidades especiais. São comuns empresas que não querem gastar com
adaptações para o PCD. Organizações comprometidas de fato com nosso bem-estar e
desenvolvimento, como a Alubar, são exceções”, relata.
Como assistente administrativa na
área de Manutenção, Alessandra conta que sua rotina de trabalho é dinâmica e
envolve solicitação de compras, serviços, ponto, notas fiscais, entre outras
tarefas. A deficiência não a impede de fazer planos para crescer. “Quero
começar uma faculdade em uma área mais relacionada com meu novo momento. Também
penso em começar um curso de inglês. Vou aprender mais e mais e alçar outros
voos na empresa”, afirma Alessandra.
As dificuldades de locomoção e movimento
que ela possui por conta da deficiência são superadas também graças ao ambiente
acolhedor e gestores atenciosos que se preocupam em adaptar o acesso aos
diversos espaços da fábrica, com comunicação clara e iniciativas que, por
vezes, são simples, como ônibus adaptados com elevador ou suportes que
facilitam o embarque e desembarque no transporte. “Ao chegar na Alubar, fiquei
surpresa e feliz. Foi minha primeira experiência na indústria, ainda não tinha
visto um local de trabalho que tivesse tantos PDCs atuando, e isso para um PCD
é fantástico. Nos sentimos incluídos de fato e de direito”, disse.