Em transmissão pela internet nesta
segunda-feira (21), o Governo do Pará apresentou os resultados da segunda fase
da pesquisa epidemiológica sobre o novo coronavírus, causador da Covid-19.
Realizada pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), a pesquisa estima que
1.280.000 pessoas já foram contaminadas no Estado, a maioria do sexo feminino,
parda, com baixa escolaridade e integrante das classes C, D e E. A análise foi
realizada por amostragem, com base em 8.826 testes aplicados em 52 cidades, nas
oito regiões de Regulação da Saúde do Pará.
Ainda de acordo com a segunda fase da
pesquisa epidemiológica, o nível de contágio no Estado é estável e com
tendência de queda, mas regiões específicas, como Araguaia (+26,4%), Xingu
(+25,3%) e Marajó Ocidental (+9,8%), apresentam crescimento no contágio. As
maiores retrações foram apresentadas nas regiões do Baixo Amazonas (-26,3%),
Tapajós (16,6%), Carajás (-13,3%), Nordeste (-8,8%) e Metropolitana (-5%).
"É fundamental que tenhamos atenção
neste comportamento epidemiológico por região do Estado, para que as
estratégias de combate ao coronavírus sejam locais. Essa pesquisa é importante
para balizarmos as tomadas de decisões. As regiões que apresentam perspectivas
de aumento de contágio requerem atenção e todas as precauções. É importante que
as pessoas possam usar máscaras, seguir os protocolos de distanciamento e
higienização, para que essa proteção permita melhor enfrentarmos o
coronavírus", disse o governador Helder Barbalho, na apresentação dos
dados.
Manutenção dos cuidados - Assim como
alguns países da Europa - Espanha e Itália, por exemplo -, Helder Barbalho
afirmou que o Pará vai manter algumas estruturas específicas para atendimento a
vítimas do novo coronavírus. "Continuaremos com a atenção em saúde, os
cuidados necessários e a estrutura para atender aqueles que precisem e possamos
salvar a vida daqueles que lutam contra o coronavírus", afirmou.
A pesquisa também apontou que está
diminuindo o número de pessoas que declaram aderir ao isolamento social.
"Em comparação com a primeira pesquisa há uma redução de 7% para 11% nas
pessoas que fazem isolamento social. Importante reforçar a importância das
medidas preventivas, pois 15% dos pesquisados foram identificados como
positivo, e que não apresentaram nenhum sintoma. Portanto, isso reforça que
muitas vezes a pessoa pode estar assintomática, mas transmitindo o vírus. Por
isso a necessidade e preocupação de ficar em casa e cuidar de quem você
ama", alertou o governador.
Tomada de decisão - O secretário de
Estado da Saúde Pública, Rômulo Rodovalho, ressaltou que o governo está
priorizando a utilização de informações técnicas e o embasamento científico
para tomada de decisões no combate à pandemia em território paraense.
"Assim como na primeira pesquisa, vamos utilizar essas informações como
subsídio para as ações que estão sendo adotadas pela Secretaria de Saúde, como
a construção do protocolo de retomada da atividade escolar", informou.
Rômulo Rodovalho ressaltou que a
pesquisa serve como suporte para a abertura e regularização de hospitais da
rede pública estadual, para que possam atender a demanda reprimida em outras
especialidades médicas. "A Policlínica voltou as suas atividades normais.
O Hospital Abelardo Santos também está retomando suas atividades normais. Já os
hospitais do interior, estamos traçando os perfis para sair da atividade Covid
e retornar o atendimento à população dentro de toda a gama de especialidades",
acrescentou o secretário.
Pesquisa prossegue - O reitor da Uepa,
Rubens Cardoso, informou que nesta terça-feira (22) será iniciada uma nova
etapa do inquérito epidemiológico para estudar o desenvolvimento do novo
coronavírus no Estado. "É um trabalho importante porque corroboram com as
políticas públicas desenvolvidas pelo Estado", reiterou.
Também participaram da transmissão via
internet o presidente do Comitê de Biossegurança da Uepa, Pedro Venceslau, e o
reitor Marcel Botelho, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).
Na segunda fase da pesquisa
epidemiológica, a Uepa contou com a mobilização de nove professores da
instituição, além de um docente da Universidade Federal do Pará (UFPA). Da
aplicação dos testes e dos questionários de pesquisa participaram 194 alunos,
de oito campi da Uepa, todos dos cursos de medicina e enfermagem.