Pesquisa Revelo aponta avanços da presença feminina no mercado de trabalho

 



A inserção feminina no mercado de trabalho brasileiro, embora ainda bem inferior se comparada à força masculina, sofre boas transformações. Neste ano de 2020, impactos positivos chamam a atenção, como 54% de presença em Marketing Digital e, em Finanças, área predominantemente masculina, as mulheres já ocupam 48% das vagas. Ainda assim, mesmo na carreira em que são maioria, as mulheres têm baixa representatividade em cargos de liderança. Nem metade das mulheres (43%) que atuam com marketing digital estão em cargos de liderança.  O mesmo acontece em Finanças (42%). O levantamento da Revelo, maior empresa de tecnologia para área de recursos humanos da América Latina, foi feito com base nas mais de 16 mil empresas e 1 milhão de candidatos cadastrados na plataforma.

 Outro dado que também merece destaque é o aumento da contratação de mulheres em carreiras de tecnologia. Em 2017, elas respondiam por 10,9% das vagas. Em 2020, o número subiu 12%. Além disso, em todas as carreiras, houve um crescimento percentual de convites para entrevistas destinados às candidatas mulheres. Entre 2017 e 2019, o volume passou de 12% para 17%.

 “Na Revelo acreditamos que o ponto de partida para vencer essa corrida são dados e pesquisas que demonstrem como o mercado se comporta hoje. Começamos a fazer lição dentro de casa e eu sou parte dela. Se todas as empresas se comprometerem com diversidade esse número deverá melhorar, caso contrário ele pode regredir”, comenta Patrícia Carvalho, CMO da Revelo.

 A  Head de Experiência e Diversidade & Inclusão da Zup, Bruna Lacerda, também reforça: "É muito importante entendermos que este problema estrutural na sociedade tem um profundo impacto no mercado, e que apatia ou atuações tímidas por parte das empresas não vão gerar os resultados significativos que precisamos. Na Zup estamos estruturando iniciativas exclusivas para desenvolvimento de lideranças femininas e metas para contratação de mulheres. Acreditamos em um futuro de maior equidade". 

 Outro fator que sempre foi assunto vigente e que ainda pesa no cenário de uma possível equidade é a disparidade salarial. Em média, a pretensão salarial da mulher é 22% menor do que a dos homens. As carreiras de Negócios e de Design são as que expõem a maior diferença entre candidatos e candidatas, 28% e 21% respectivamente. Entretanto, elas estão ficando mais exigentes. Em 2017, 62% aceitavam convites para vagas de salários abaixo da pretensão. Em 2019, esse número caiu para 54%.

 

Iniciativas no mercado

  Itaú, ao notar que as mulheres representam 59% do quadro de funcionários da instituição, mas que apenas 13,2% ocupam cargos de diretoria, criou o iEla, projeto que visa promover mais mulheres à liderança por meio de uma mudança da cultura interna. Já o banco Goldman Sachs se comprometeu a não coordenar mais processo de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) de empresas que não tenham, ao menos, uma mulher no Conselho da empresa.

 "Não existe uma forma única e infalível de melhorar esse cenário. Algumas dicas que passo para meus parceiros são: fazer entrevistas às cegas, colocar metas de contratação e de ocupação em cargos de liderança e implementar treinamentos de vieses inconscientes", sugere Cris Kerr, Ceo e fundadora da CKZ Diversidade.