Quase metade dos brasileiros que vivem
na região NORTE acredita que as finanças da família só deverão melhorar a
partir do ano que vem. Os que acreditam que essa recuperação acontece ainda em
2020 somam menos de um terço da população.
As conclusões são da nova pesquisa RADAR
FEBRABAN, que a entidade e o IPESPE lançam este mês, com um levantamento
inédito, realizado entre 3 mil pessoas maiores de 18 anos em todo o país, na
primeira semana de março deste ano.
"Durante a pandemia, o papel do
setor financeiro transcendeu, em muito, nossas atividades. Além de 3,5 trilhões
de reais que foram concedidos para o crédito, participamos de movimentos
solidários que permitiram a milhões de pessoas enfrentarem melhor este momento.
Estamos falando mais com a sociedade porque para melhor atendê-la é preciso
ouvi-la cada vez mais", diz João Borges, diretor de Comunicação da
FEBRABAN.
Segundo o RADAR FEBRABAN, 49% dos
entrevistados na região NORTE acreditam que a situação das finanças da família
só deve melhorar no próximo ano. No Brasil como um todo esse índice é de 54%,
demonstrando um otimismo maior na região.
Os que acreditam na recuperação das
finanças familiares ainda este ano na região NORTE perfazem 29%, contra uma
média nacional de 23%.
Ainda na região, 66% pensam que o Brasil
não terá recuperação econômica em 2020. Em relação aos dados nacionais, esse
índice atinge 75%.
Os prognósticos sobre desemprego, acesso
a crédito, taxa de juros, inflação e poder de compra da população também são
predominantemente negativos: 70% acham que o desemprego vai crescer, a mesma
média da pesquisa nacional. Outros 73% preveem o aumento da inflação e do custo
de vida (80% é a média nacional); também 73% dos entrevistados acreditam que a
taxa de juros vai aumentar (76%, nacional); e 55% vislumbram a diminuição do
poder de compra das pessoas (64%, nacional).
"A crise de saúde provocada pela
pandemia atingiu em cheio a economia global, e com especial impacto no Brasil
que já vinha tentado se reerguer após sucessivos anos de baixo crescimento.
Grande parte das famílias tem ou teve que conviver por um longo período com
perdas financeiras, esvaziamento das reservas, redução salarial, desemprego.
Diante de tantas dificuldades enfrentadas, não é de estranhar o pessimismo
quanto à recuperação financeira das pessoas e do país", avalia o cientista
político e sociólogo Antonio Lavareda presidente do Conselho Científico do
IPESPE.
PIX É APROVADO PELA MAIORIA APÓS TRÊS
MESES DE USO
Após 90 dias de uso, o PIX está aprovado
pelos usuários que o utilizam para transferências e outras operações bancárias.
O RADAR FEBRABAN detectou também uma boa avaliação dos bancos entre a população
neste período de pandemia.
Além da expressiva satisfação dos
usuários com o PIX, o RADAR FEBRABAN identificou que, mesmo com o avanço dos
hábitos online, a maioria das pessoas se sente pouco ou nada segura em relação
ao uso dos seus dados pessoais na internet.
Na região NORTE, em questão de múltiplas
respostas, 46% disseram ter feito transferência bancária através do PIX; 38% o
utilizaram para fazer pagamento; 33% recebem pagamentos com ele e 32% contaram
com a ferramenta para receber transferências. A nota média atribuída ao PIX na
região é de 9,1, acima da nota média nacional, que atinge 8,9. Uma parcela de
35% afirma não ter usado o PIX (abaixo da média nacional, que é de 38%).
Compilados os dados de todas as regiões,
1% dos entrevistados disseram que usam a ferramenta como aplicativo de
relacionamento (o que corresponde a cerca de um milhão e seiscentas mil
pessoas).
Quanto à segurança, mais de um quarto
dos entrevistados na região NORTE (26%) considera que os bancos oferecem o PIX
mais seguro contra apenas 15% que apontam as fintechs. Além disso, uma grande
parcela (33%) respondeu "ambos".
Os bancos foram bem avaliados pela maior
parte dos entrevistados. A população enxerga uma atuação positiva do setor
bancário no tocante ao desenvolvimento econômico, à geração de emprego, à
melhoria da qualidade de vida das pessoas e ao combate à pandemia.
Segundo o RADAR FEBRABAN, a confiança da
população da região NORTE nos bancos em meio à crise e a percepção sobre sua
contribuição nas diversas áreas é majoritariamente positiva: 57% afirmaram
confiar nas instituições bancárias (igual à média nacional). Também foram
avaliados os níveis de confiança nas empresas privadas (48%) e nas fintechs
(46%). Para efeito de comparação, as médias nacionais nesses quesitos foram 51%
e 49%, respectivamente.