A palavra turnover é uma das
mais abominadas dentro do meio corporativo. Você pode até não ter ouvido falar
nela ainda, mas com certeza sabe que a rotatividade dentro das empresas acaba
sendo sinônimo de insatisfação dos funcionários, remuneração abaixo do esperado
e falta de planos de carreira para que os colaboradores possam enxergar a
possibilidade de crescimento dentro da corporação.
Essa taxa de turnover ou
rotatividade é calculada levando em consideração o número de contratações, o
número de demissões e a quantidade de funcionários na empresa. De acordo com
especialistas, a taxa aceitável de turnover dentro de uma companhia é de até
10%. Acima desse percentual, os gestores da corporação já precisam ligar o
sinal de alerta. Afinal, com uma alta rotatividade, é difícil implantar uma
cultura organizacional.
Buscando uma forma de reduzir
a taxa de rotatividade, muitas empresas têm adotado formas de valorização dos
seus talentos, ou seja, maneiras de engajar cada vez mais os funcionários. “É
muito importante lembrar que são as pessoas que fazem as operações acontecerem
nas empresas. Desta forma, se os funcionários não estão satisfeitos, o
rendimento e a produtividade daquela corporação também não serão positivos”,
destaca o CEO do grupo Ser Educacional, um dos maiores grupos educacionais do
país, Jânyo Diniz.
Um dos setores que mais têm
sofrido com a rotatividade de colaboradores é o de tecnologia da informação. No
entanto, curiosamente, a alta rotatividade não está diretamente ligada à falta
de ações de retenção por parte das companhias. Muito pelo contrário. O grande
problema é a alta oferta de vagas e a escassez de profissionais. “O mercado tem
a cada dia mais vagas, o que não é acompanhado pelo ritmo de formação de
profissionais qualificados. Por isso, as empresas estão sempre disputando quem
têm mais benefícios e o melhor plano de carreira para o colaborador”, destaca o
CEO da Pitang Agile IT, uma das maiores empresas de tecnologia do Nordeste,
Antônio Valença.
Uma das alternativas
encontradas pelas empresas para manter o engajamento é criar formas de ouvir e
capacitar os funcionários. As grandes corporações estão, cada vez mais,
prezando pelo feedback vindo por parte dos colaboradores e utilizando essas
opiniões para mudar processos que são realizados internamente. “Percebemos que
era cada vez mais necessário encontrar uma forma de nos aproximarmos ainda mais
dos nossos colaboradores e ouvir o que eles têm a dizer em relação ao
trabalho”, complementa Valença.
A estratégia também foi
adotada em empresas de diversos setores. Mantendo a mesma ideia, de dar mais
atenção ao feedback dos colaboradores, o Ser Educacional também colocou o
método em ação. “Anda antes do início desta pandemia, resolvemos iniciar uma
avaliação 360º, no qual não apenas os gestores qualificam o desempenho dos
funcionários, mas os colaboradores também avaliam os seus superiores e dão
ideias de como o trabalho pode melhorar”, explica Diniz.
Com o feedback dos
colaboradores, as empresas passaram a enxergar a necessidade de um canal ainda
mais aberto entre os funcionários e a direção das companhias. “Essas
oportunidades foram desenvolvidas por meio de vários projetos de aproximação e
engajamento dos colaboradores. Foi assim que surgiu, inicialmente, o Digit, uma
reunião aberta de colaboradores Pitang, na qual se conversa sobre assuntos
trazidos por eles”, conta Valença.
“Com o sucesso destas
reuniões, nas quais os funcionários passaram a ter cada vez mais confiança,
passamos a apoiar outras iniciativas lideradas pelos nossos colaboradores que
foram as comunidades práticas, que são como grupos internos de
autodesenvolvimento, nos quais participam os colaboradores que querem se
aprofundar em um conhecimento específico e se organizar em Comunidade para
estudar sobre esse tema”, complementa.
A Ser Educacional também tem
promovido projetos semelhantes. Diniz destaca que, dentro da empresa, os
funcionários passaram a ter a oportunidade de sugerir mudanças nos processos
realizados. “Criamos a oportunidade para que eles possam dar ideias de melhorar
o nosso trabalho. Por meio dos nossos canais digitais internos, os
colaboradores sugerem as mudanças e elas são avaliadas. E as ideias escolhidas,
além de serem colocadas em práticas, ainda rendem bonificações para autor”,
explica Jânyo.
Assim, com esse trabalho de
engajamento das equipes, a produtividade fica ainda maior. “Se engana quem
pensa que esse tipo de trabalho é um custo para a empresa. Muito pelo
contrário, manter os nossos funcionários engajados e motivados só nos traz
benefícios. O nosso papel é criar e incentivar um ambiente de engajamento e
satisfação de seus colaboradores”, finaliza Valença.