Até os 75 anos de idade, de acordo com
as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), 1 em cada 5 brasileiros
deve desenvolver algum tipo de câncer. Na quinta-feira (08/04) é comemorado o
Dia Mundial de Combate ao Câncer, e neste ano, o desafio da prevenção e
tratamento contra o câncer continua acompanhado de uma outra preocupação: a
pandemia causada pelo coronavírus.
Tanto sobre o câncer quanto o coronavírus,
estar bem informado é saber como se prevenir. Para o câncer, a boa informação
também ajuda a garantir o diagnóstico precoce, que faz toda a diferença no
resultado do tratamento.
Pesquisa - O impacto da pandemia em
pacientes com câncer foi quantificado em um estudo do Hospital Sírio-Libanês,
em São Paulo, em parceria com a Organização Mundial da Saúde.
No mundo todo, mais de da metade dos
pacientes atrasaram cirurgias ou tratamentos como quimioterapia e radioterapia.
No Brasil, foram 52,6% que sofreram com esse atraso; 77,5% interromperam os
cuidados; e muitas pessoas descobriram com atraso ou ainda nem sabem que tem
câncer: a queda de novos diagnósticos foi de 77%.
Neste período de pandemia, o fundamental
é NÃO INTERROMPER O TRATAMENTO ONCOLÓGICO por medo do coronavírus. “A Sociedade
Brasileira de Oncologia Clínica recomenda de forma bem enfática que os
pacientes oncológicos quimioterápicos não devem interromper seus tratamentos. O
câncer é uma doença séria, grave e a interrupção do tratamento pode acarretar
prejuízos imensos”, diz a oncologista clínica Amanda Gomes, do Centro de
Tratamento Oncológico.
Amanda Gomes ressalta que melhor do que
tratar o câncer, obviamente, é não ter a doença. Por isso, antes de contar
apenas com os avanços da medicina, as pessoas devem buscar a prevenção. Caso o
paciente já tenha o diagnóstico de câncer, quanto mais cedo iniciar o
tratamento, maiores as chances de cura.
O paciente oncológico que apresentar
sintoma gripal deve ficar em casa e conversar com médico para avaliar a
situação. Se a condição física permitir adiar a sessão quimioterápica, o médico
é a pessoa capacitada para decidir isso.
Pacientes com sintomas suspeitos devem
ser acompanhados com atenção e em caso de febre muito alta e constante,
desconforto respiratório, sinais de complicação e queda do estado geral,
precisam ser examinados, fazer exames e o teste para confirmar a COVID-19 e, se
for o caso, procurar um ambiente hospitalar.
Incidência do câncer
Com cerca de 625 mil novos casos por ano
estimados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) para o triênio 2020/2022, o
câncer é a segunda causa de morte, por doença, na população brasileira,
resultando na morte de 25 mil pessoas por ano.
O INCA aponta os cinco tipos de maior
incidência no Brasil (excetuando o câncer de pele não melanoma): 1) Próstata 2)
Mama 3) Colo de útero 4) Traquéia, Brônquios e Pulmão 5) Colon e Reto. Juntos,
esses cânceres são responsáveis por 211.580 novos casos por ano no Brasil.
No Pará, os mais incidentes são
próstata, mama, colo de útero e traquéia, brônquios e pulmão - responsáveis por
3.170 novos casos por ano (excetuando o câncer de pele não melanoma).
Prevenção
Câncer Coronavírus
De acordo com a Organização Mundial de
Saúde (OMS), pelo menos 33% dos cânceres mais comuns podem ser evitados, pois
possuem relação direta com o estilo de vida.
A prevenção primária acontece a mudança de hábitos:
- Não fumar.
- Reduzir o consumo de álcool.
- Evitar a exposição ao sol sem proteção.
- Praticar atividades físicas.
- Adotar uma alimentação saudável. As principais orientações são as mesmas para
evitar contaminação por qualquer vírus:
- Lavar as mãos frequentemente com água
e sabonete por pelo menos 20 segundos – se não tiver acesso a água e sabonete,
usar o álcool gel 70%.
- Usar lenço descartável quando tossir
ou espirrar e descartar – se não tiver lenço, cubra o rosto com o antebraço.
- Limpar e desinfetar objetos e
superfícies tocados com frequência.
- Avisar o médico caso haja qualquer
sintoma como febre ou tosse.
- Evitar locais com aglomeração de
pessoas e adotar o distanciamento social.
Atenção: o uso de máscaras médicas é recomendado pela Organização Mundial da Saúde como barreira para a infecção pelo coronavírus.