Quatro trabalhadores foram resgatados em
condições análogas às de escravo em uma fazenda localizada no município de
Pacajá, no sudoeste paraense. A fiscalização, realizada pelo Ministério Público
do Trabalho PA-AP (MPT), Auditoria Fiscal do Trabalho e Polícia Federal (PF),
ocorreu entre os dias 5 e 9 de julho. A equipe também vistoriou propriedades em
Novo Repartimento e Palestina do Pará.
“O que se verifica nessas situações de trabalho escravo contemporâneo é o descaso pela dignidade da pessoa humana do trabalhador, um total desrespeito aos preceitos legais trabalhistas. E observa-se que, em sua grande maioria, são pessoas com escolaridade modesta ou analfabetos, em situação de alta vulnerabilidade social, poucas oportunidades de emprego e baixa consciência de seus direitos, que acabam se submetendo a essa situação por se encontrarem em situação de extrema pobreza", explica a procuradora do MPT Silvia Silva.
O empregador assinou um Termo de Ajuste
de Conduta (TAC) com o MPT, comprometendo-se a regularizar a situação dos
funcionários e a fornecer condições de trabalho e moradia dignas, de acordo com
os preceitos legais. Na oportunidade, efetuou o pagamento integral de verbas
rescisórias dos quatro trabalhadores resgatados, bem como indenização por dano
moral individual para cada um deles. Também se comprometeu a pagar indenização
por dano moral coletivo, valor que será revertido para órgãos ou instituições
sem fins lucrativos do próprio município, indicadas pelo MPT. Em caso de descumprimento, o empregador fica
sujeito à cobrança de multas cujos valores são reversíveis ao Fundo de Amparo
ao Trabalhador (FAT).
Mais irregularidades - A equipe de fiscalização inspecionou ainda outras propriedades nos municípios de Novo Repartimento e Palestina do Pará. Nesses locais, também encontraram trabalhadores sem registro e assinatura de CTPS, bem como ausência de exames médicos admissionais, não fornecimento de EPIs, dentre outras irregularidades que deverão ser solucionadas mediante instauração de procedimentos administrativos no Ministério Público do Trabalho.