Desde que a Organização Mundial da Saúde
(OMS) declarou pandemia no mundo, pessoas com problemas cardiovasculares
passaram a integrar o grupo de risco da Covid-19. O colesterol alto, por
exemplo, é uma das principais causas de doenças como o infarto e o Acidente
Vascular Cerebral (AVC).
Um levantamento da Sociedade Brasileira
de Cardiologia (SBC) mostra que mais de 18 milhões de brasileiros podem ter
algum problema no coração devido ao colesterol alto. A SBC informa ainda que
esse número pode ser maior, já que muitos não sabem o nível do colesterol no
corpo, em torno de 67%.
Para David José Oliveira Tozetto,
cardiologista no Hospital Regional do Sudeste do Pará Dr. Geraldo Veloso
(HRSP), em Marabá, o colesterol é essencial para o organismo, pois ajuda na
manutenção das células, além de ser matéria-prima para a produção de vários
hormônios. No entanto, o problema é o colesterol ruim, conhecido como LDL, do
inglês low density lipoprotein, ou lipoproteína de baixa densidade.
O LDL é considerado o "colesterol
ruim", já que o nível elevado permite o acúmulo nas paredes internas das
artérias gerando placas de gordura nos vasos sanguíneos, o que dificulta o
fluxo de sangue, podendo gerar problemas no coração e até no cérebro.
“Com a chegada da pandemia, hábitos
nocivos ao coração e ao sistema cardiovascular ficaram cada vez mais intensos.
As pessoas passaram a comer de forma pior, em quantidade maior e fazendo menos
atividade física”, alerta o cardiologista.
Dados do Colégio Americano de
Cardiologia mostram que 40% das pessoas internadas com Covid-19 possuíam doença
cardiovascular. No Brasil, quatro em cada dez brasileiros têm colesterol alto.
Os cuidados com o colesterol são tão importantes
que existe uma data nacional para conscientizar a sociedade sobre o tema: 8 de
agosto.
Alimentação X colesterol alto
Geovana Parra é nutricionista do
Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, Região
Metropolitana de Belém (RMB). Ela ressalta que de 70% a 80% do colesterol que
precisamos são produzidos naturalmente pelo fígado, mas 20% a 30% vêm dos
alimentos que consumimos.
A profissional reforça ainda que, devido
ao momento pandêmico, as pessoas passaram menos tempo em supermercados e
consumiram mais produtos industrializados, ricos em gordura hidrogenada ou
trans, elementos desconhecidos por muitas pessoas, mas prejudicial à saúde.
“A gordura hidrogenada ou trans consiste
em óleo vegetal convertido em gordura sólida, usada para dar mais sabor e
aumentar a validade dos alimentos. O seu consumo em excesso aumenta a produção
do colesterol ruim no corpo", explica.
Para a nutricionista, é possível evitar
alguns alimentos prejudiciais à saúde e rico em gordura hidrogenada ou trans,
como sorvetes, margarina, salgadinhos, fast food, bolacha recheada, manteiga
vegetal, pipoca de micro-ondas, batata frita, banha de porco, chocolate, entre
outros industrializados.
Por outro lado, produtos como peixes,
frutas, legumes, verduras, óleos de girassol, oliva etc., podem auxiliar no
controle do colesterol e na prevenção de doenças cardiovasculares.
A prática da boa alimentação é
estimulada entre colaboradores e pacientes dos hospitais Metropolitano e o
Regional do Sudeste do Pará, unidades que integram a rede pública Governo do
Pará, sob gestão da entidade filantrópica Pró-Saúde.
A preocupação com a alimentação saudável
e balanceada rendeu aos hospitais o reconhecimento nacional do Programa “Green
Kitchen”, que valoriza as boas práticas na adoção de uma alimentação segura,
tanto para os colaboradores de cada unidade quanto aos pacientes.
Prática de exercícios físicos
Além de proporcionar saúde para o
coração e o corpo, a atividade física também colabora no controle do
colesterol. Enquanto diminui os níveis de LDL (colesterol ruim) a atividade
física ajuda a elevar o HDL (colesterol bom).
O fisioterapeuta, Augusto Duarte, que
atua no Hospital Metropolitano, afirma que é possível administrar o tempo e
fazer exercícios em casa. “O recomendado é que um adulto faça cinco horas por
semana de atividades físicas e dá pra fazer em casa com práticas e soluções
simples”, ressalta.
O profissional listou alguns exercícios,
mas recomenda acompanhamento médico periodicamente para exames e outras
recomendações.
Exercícios que podem ser feitos em casa:
• Polichinelo; • Agachamento; • Prancha com toque nas pernas; • Abdominal grupado; • Flexão de braços com peito no chão; • Pular corda.