Hospital Metropolitano, em Ananindeua, monta ponto fixo para coleta de óleo de cozinha usado

 

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 O óleo de cozinha é usado para fritar diversos alimentos, tanto em casa, como em estabelecimentos comerciais. O problema é que muitos brasileiros descartam o produto de forma incorreta, podendo provocar contaminação dos rios e lagos, além de comprometer o abastecimento de água da população.

 Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), um litro de óleo de cozinha usado é capaz de poluir um milhão de litros de água. A Abiove acredita ainda que, por ano, mais de 700 milhões de litros do produto são lançados no meio ambiente sem o devido cuidado e controle. 

Preocupado com estes dados, o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém (RMB), vem trabalhando para conscientizar colaboradores, pacientes e acompanhantes quanto à destinação correta do óleo usado. 

Desde 2018, a unidade já destinou mais de 800 litros do produto para a reciclagem. Grande parte deste volume veio do refeitório do hospital, que produz por dia cerca de 2,5 mil refeições. Outra parte veio da casa de colaboradores e pacientes. 

"Evitamos, com esse trabalho, a poluição de 800 milhões de litros de água dos nossos rios. Isso representa, por exemplo, 40% do Lago Bolonha, responsável pelo abastecimento da população da Região Metropolitana de Belém", explicou a analista de sustentabilidade do HMUE, Bruna Furtado.

 Além de problemas no consumo, ao chegar nos rios, o óleo causa a diminuição do oxigênio das águas, provocando a morte de peixes, desequilíbrio ambiental e perdas econômicas para as pessoas que dependem da pesca.

 No caso dos encanamentos, o descarte na pia pode provocar entupimento da rede. "Para resolver esse problema é iniciado um processo trabalhoso de limpeza e que dependendo do acúmulo de gordura, pode durar dias e custar caro", ressalta Benedito Martins, oficial de manutenção do Metropolitano.

 Este tipo de ação faz parte de um dos valores da Pró-Saúde, instituição que gerencia o Hospital Metropolitano desde 2012. O objetivo é estimular a adoção de práticas sociais, econômicas e ambientais para assegurar a perenidade organizacional.

 "É com essas ações que temos a oportunidade de desafiar a sociedade no sentido de criar atitudes para benefício para o planeta e consequentemente para as próximas gerações. São ações a longo prazo e que todos saem ganhando", concluiu a diretora hospitalar, Alba Muniz. 

Como descartar corretamente 

A orientação, segundo a analista de sustentabilidade, é que após o uso, o óleo seja armazenado em uma garrafa PET e guardado em um local seguro, longe da curiosidade de crianças e animais domésticos, para que em seguida possa ser enviado para uma empresa de reciclagem. 

Bruna Furtado enfatiza que é possível criar outros produtos com o óleo velho. "O óleo de cozinha pode se transformar em massa de vidraceiro, biodiesel, sabão, farinha básica para ração animal, tintas, lubrificantes, entre outras coisas", concluiu.

 Após o processo de armazenagem, o descarte pode ser feito de 9h às 17h, na portaria do próprio Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, no bairro da Guanabara, em Ananindeua.

 *Colaboração Diego Monteiro (HMUE).