Arena Guilherme Paraense, o Mangueirinho, será inaugurado nesta sexta


 
Foto Thiago Gomes/Arquivo AG. Pará

O Pará contará, a partir desta sexta-feira (21), com um ginásio poliesportivo de padrão internacional, um dos mais modernos do Brasil: a Arena Guilherme Paraense, já conhecida como Mangueirinho, por se localizar na área do Estádio Olímpico, o Mangueirão. O anúncio do nome oficial e da data de inauguração foi feito pelo governador Simão Jatene, nesta segunda-feira (17), em redes sociais, em especial o Facebook. Dois eventos, com entrada gratuita, vão marcar a entrega do ginásio, que tem capacidade para quase 12 mil pessoas. No próprio dia 21 (sexta), a partir das 19 horas, haverá um jogo de vôlei entre atletas paraenses e campeões olímpicos brasileiros, como Dante, Maurício e Marcelo Negrão; no dia 23 (domingo), show com artistas paraenses de diversos gêneros, como Fafá de Belém, Paulo José Campos de Melo, Liah Soares e Viviane Batidão.

Por se tratar de um equipamento público multiuso, permitindo a realização de eventos esportivos e culturais, o espaço será chamado de Arena, como ocorre em locais semelhantes no País. Já a denominação faz justiça à memória de um atleta que carrega a naturalidade no próprio nome e tem importância singular na história dos esportes. Nascido em Belém, tenente-coronel do Exército, pentacampeão nacional de tiro ao alvo, Guilherme Paraense foi o primeiro brasileiro a ganhar medalha de ouro na história das Olimpíadas, nos Jogos da Antuérpia, em 1920. “Nós estamos atendendo sugestões que foram feitas na página do Governo e na minha página. Achamos merecida essa homenagem”, disse o governador em sua postagem.

Ao finalizar o pronunciamento, o governador Simão Jatene falou da sua expectativa para o futuro da Arena Guilherme Paraense: “O meu desejo é que isso não seja apenas um espaço para a realização de esporte e de espetáculos artísticos. Mas que seja um espaço para a criação de sonhos. Sonhos que muitas vezes começam na arquibancada e terminam nas quadras, e terminam nos palcos”.

Homenagem


Guilherme Paraense (1884-1968) é um herói nacional. Integrou a primeira delegação brasileira a participar de uma Olimpíada, na edição dos VII Jogos Olímpicos de Verão da Antuérpia (Bélgica), em 1920. A equipe de tiro, formada por sete atletas, conquistou as medalhas de ouro, prata e bronze, levando o Brasil ao 15º lugar naqueles Jogos. Guilherme subiu ao lugar mais alto do pódio, com o ouro inédito.

Quando viajou com a delegação brasileira para a Antuérpia, Guilherme Paraense já era tetracampeão brasileiro de tiro e depois do feito ainda se consagrou campeão nacional pela quinta vez. Também fora campeão sulamericano e fundara o Revólver Clube, no Rio de Janeiro.

Ao voltar das Olimpíadas, consagrado pelo ouro, Guilherme Paraense foi ovacionado pelo público, condecorado pelo então presidente da República Café Filho e seguiu recebendo homenagens, mesmo após sua morte, em 18 de abril de 1968, aos 88 anos, no Rio de Janeiro, onde morou desde os 5 anos, sem nunca ter perdido os laços com o Pará.

O atleta paraense também empresta o nome, desde 1989, ao Polígono de Tiro Tenente Guilherme Paraense da Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ). Ali o Exército promove, anualmente, uma competição também denominada Guilherme Paraense, válida para o calendário nacional de tiro esportivo.

O primeiro brasileiro a conquistar o ouro olímpico voltou a ser homenageado nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, com um selo especial. Recentemente, o Comitê Olímpico Brasileiro incluiu, em 2013 e 2014, o revólver Colt usado por Guilherme Paraense em 1920 na exposição interativa “Jogos Olímpicos: Esporte, Cultura e Arte”, que serviu de aquecimento para as Olimpíadas de 2016.

Curiosamente, somente este ano, nos Jogos do Rio, um atleta brasileiro voltou a conquistar medalha olímpica no tiro esportivo: Felipe Wu obteve a prata. Até hoje, além de pioneiro, Guilherme Paraense foi o único brasileiro a ganhar o ouro nesta modalidade.