No dia mundial de combate ao AVC, Sesma alerta para a necessidade de se prevenir a doença







Este sábado, 29, é o Dia de Luta Internacional contra o acidente vascular cerebral (AVC), que ocorre quando o fluxo sanguíneo do organismo é interrompido, resultando em danos às células cerebrais que podem provocar diferentes efeitos no corpo, como danos à fala e à mobilidade, sendo, por isso, fundamental o esforço de prevenção através da adoção de estilos de vida saudáveis e da educação para a saúde. O médico neurocirurgião do Pronto Socorro Mario Pinotti Eduardo Leitão alerta para os danos que a doença pode causar, já que grande parte de internações nos hospitais municipais são de vítimas de AVC. Somente nos últimos três meses, mais de 200 pessoas deram entrada no PSM da 14 de Março vítimas de AVC. Na maioria, idosos.

Para entender melhor, Leitão explica que o acidente vascular encefálico (AVE) acomete o cérebro, cerebelo e o tronco cerebral e seus fatores de risco são hipertensão arterial, diabetes mellitus, colesterol elevado, tabagismo, obesidade, estresse e sedentarismo. Estes fatores podem ocasionar transtornos no fluxo sanguíneo das artérias, ocasionando um dos dois tipos de AVE: isquêmico ou hemorrágico. “O AVE isquêmico é quando há uma obstrução da artéria impedindo que o sangue siga em frente ocasionando isquemia no tecido cerebral e ocorre em 85% dos casos. O outro tipo é o hemorrágico, que ocorre por ruptura das artérias e que acontece em 15% dos casos”, explica o especialista.

O médico ainda ressalta sobre a forma clínica da isquemia cerebral transitória, que ocasiona sinais e sintomas que regridem totalmente em torno de 24h e que devem ser entendidos como um sinal importante de que um acidente vascular encefálico grave está para acontecer. “Os sintomas e sinais mais frequentes são dificuldade para falar, fraqueza de um lado do corpo, desvio da boca, falta de coordenação motora, tontura, todos de início súbito, ou seja, surgem de uma hora para outra. E se não forem tratados certamente evoluirão para um acidente vascular encefálico”, diz o médico.

Ainda segundo o especialista, o AVE pode ser um ataque isquêmico transitório que ocorre por conta de a uma determinada artéria que sofre um entupimento. “São coágulos de sangue que bloqueiam temporariamente o fluxo do sangue para o cérebro e que se tratados imediatamente têm uma reversão em até 24 horas”, explica o médico, alertando, ainda, para o fato de que este tipo de AVE não apresenta lesão estrutural aparente em exames como a tomografia, por se tratar de uma interrupção sanguínea temporária.

Quem já passou por um AVE hemorrágico ou isquêmico, precisa conviver com sequelas, aparentes ou não, de ordem motora ou sensorial, dor, sensibilidade na pele do paciente ou rigidez ao articular um membro. O tratamento pode ser feito com medicamentos, fisioterapia, fonoaudiologia, entre outros. “Com a volta da rotina normal, a pessoa muitas vezes apresenta alguma sequela, como limitação de movimentos, mas nunca será 100%. A fisioterapia estimula o movimento para a recuperação da paralisia. Isso ocorre até não haver nenhum sinal de AVE”, afirma o fisioterapeuta Victor Valderi.


As possíveis causas de um acidente vascular encefálico podem estar relacionadas a:

- Hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado, tabagismo, obesidade, estresse, sedentarismo ou fumo.

Para diminuir os riscos, a conduta adequada é:

- Controle dos fatores de riscos, mudança de hábitos e alimentação saudável.

Fique atento aos seguintes sintomas, que podem surgir de uma hora para outra:

- Fraqueza ou perda de sensibilidade, especialmente em um lado do corpo, confusão ou problema para falar, desvio da boca, problema para enxergar em um ou ambos os olhos, problema para caminhar, tontura, perda de equilíbrio ou coordenação, dor de cabeça forte e sem causa conhecida, vertigem e crises de convulsão.

O Pronto Socorro Mario Pinotti atualmente conta com uma equipe de 24 médicos, entre clínicos, neurologistas e neurocirurgiões, trabalhando em regime de plantões, diuturnamente, que são capazes de identificar este quadro, além de contar com aparelho de tomógrafo de última geração e ser o primeiro hospital público de Belém a utilizar o Alteplase, um medicamento que dissolve o coágulo de sangue dentro das quatro horas iniciais do AVC isquêmico.