Uma das principais obras do
campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, é a decontenção da
erosão da orla do campus e revitalização do espaço para uso da comunidade
interna e externa da instituição. De acordo com os engenheiros que acompanham os
trabalhos, a obra já está cerca de 70% concluída e deve ser entregue até 2018,
dependendo do contingenciamento orçamentário da universidade. Ao longo dos anos, o projeto se
tornou um desafio já que a erosão é causada pelo fluxo de águas do Rio Guamá no
soloda orla, cada vez mais fragilizado. Em vários momentos, trechos inteiros
foram comprometidos. A estratégia adotada pelos engenheiros e consultores da
Prefeitura do Campus, então, foi o uso de tecnologia.
Tecnologia irá recriar praia - De
acordo com Nagib Charone, professor aposentado de Engenharia Civil da UFPA e
consultor do projeto, os “espigões” usados no empreendimento são a melhor
alternativa para conter a erosão no local. “Eles são geotubos feitos de
material flexível preenchido com areia que possuem cerca de dois metros de
diâmetro. Eles estão sendo colocados a cerca de 40 metros da margemno fundo do
rio e, em interação com as condições geológicas e naturais do fluxo das águas
em sua relação com o solo, irão reconstruir uma praia no local que já está
começando a ressurgir, mas precisará de cerca de dois anos para estar
consolidada”, detalhada.
O pesquisador explica que o maior
investimento de tempo e de recursos da universidade é na colocação dos
espigões. “Atualmente a empresa responsável pelo projeto está colocando os dois
últimos espigões e, com isso, podemos dizer que estamos com cerca de 70% da
obra concluída”, assegura Nagib Charone.
Parte do muro de contenção da
obra deslizou - Apesar dos avanços no empreendimento, uma parte do muro de contenção
que está sendo construído no local deslizou na última quinta-feira, 20 de
outubro. O trecho atingido tem cerca de 37 metros e representa apenas 2,3% da
área da orla e do projeto, que é de 1,5 quilômetros de extensão.
“Esse pequeno deslizamento ocorreu
entre os espigões 5 e 6, nas proximidades da Capela Ecumênica Universitária, em
uma área de influência de lançamento de drenagem. O incidente é relativamente
comum em situações semelhantes e ocorreu, por exemplo, durante a construção da
Alça Viária, nas ‘cabeças das pontes’eem vários trechos das margens dos
canaisdo Projeto de Macrodrenagem da Bacia do Una, em Belém”, explica Marcus
Vinicius Menezes, engenheiro que fiscaliza a obra.
Mesmo antes do deslizamento, a
universidade já havia começado a utilizar uma técnica conhecida como
“agulhamento” para ajudar a sustentação do muro de contenção. “Estamos
colocando estacas de madeira no entorno do muro para ajudar na sustentação, já
que a praia que ali existe no momento é ‘flácida’ e, por tanto, incapaz de sozinha
sustentar o muro pesado que contém pedra e metal”, conta Nagib Charone. O
trecho do projeto mais antigo, localizado na orla do campus básico já começou a
receber o agulhamento.
UFPA ainda não têm previsão para
inauguração da obra - “O que desejamos destacar é que o projeto é desafiante,
pois a situação da orla é dinâmica. Realizamos todos os estudos topográficos e
hidrográficos regularmente e, em alguns casos, temos contratempos, mas esse
acompanhamento técnico nos ajuda a manter o projeto nos parâmetros adequados e
a realizar os ajustes, quando necessário”, assegura Marcus Vinicius de Menezes.
A UFPA inda não possui estimativa
de quando o projeto será concluído, mas espera que até, no máximo em 2018, seja
entregue à comunidade como espaço de convivência, contemplação e lazer.
“Esse prazo dependerá dos ajustes
necessários ao projeto e também da disponibilidade orçamentária da instituição,
cujo orçamento de capital, usado para a realização de obras, foi reduzido em
50% nos anos de 2015 e 2016. Mas certamente estamos fazendo todo o possível
para garantir não apenas a agilidade no projeto, mas a qualidade dos serviços
para que a Orla seja entregue e, acima de tudo, que o problema da erosão no
trecho seja resolvido por definitivo”, assegura Adriano Silva, prefeito do
campus.
Histórico - A obra iniciou em
novembro de 2011 e paralisou no final de 2013, após a empresa responsável
decretar falência e descumprir os prazos para entrega do projeto. Até então,
cerca de R$ 11 milhões já haviam sido investidos no projeto, principalmente,
com a aquisição de espigões importados. Na ocasião, a UFPA realizou o distrato
da obra e fez nova licitação.
A nova etapa da construção
iniciou em abril de 2016 e prevê um investimento de R$ 16 milhões para a
revitalização do espaço em até 18 meses. Com as limitações orçamentárias a
partir da redução de 50% no orçamento para investimentos nas universidades, nos
anos de 2015 e 2016, a nova previsão é de que oprojeto seja concluído até 2018,
dependendo da disponibilidade orçamentária.
* Colaboração - Assessoria de Comunicação da UFPA