Nesta sexta-feira (18), pela
manhã, a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), por meio
da Coordenadoria Estadual de Integração de Políticas para as Mulheres (Ceipm),
abre a edição 2016 da campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra
a Mulher, que tem como tema “Basta de
Violência Contra a Mulher: Defenda o respeito e a igualdade de gênero, pela paz
e o bem comum de toda a sociedade”. A cerimônia de abertura será no Cine
Olympia, às 8h, com a exibição do filme "O Quarto de Jack", seguida
de um debate sobre mulheres em situação de violência, com a participação da
promotora de justiça do Ministério Público do Estado do Pará, Lucinery Ferreira.
A programação contará, ainda, com uma exposição de arte produzida pelos alunos
do Curro Velho.
Pelo fim da violência - A
campanha 16 Dias de Ativismo consiste em uma intensa mobilização pelo fim da
violência praticada contra as mulheres levada a termo por meio de ações de
caráter preventivo e educativo, visando uma mudança social, cultural e
comportamental. A iniciativa, cujas ações repercutem em vários países, teve
como marco inicial o episódio conhecido como Massacre de Montreal, ocorrido em
06 de dezembro de 1989, no Canadá. Na ocasião, um jovem de 25 anos,
inconformado com a crescente participação das mulheres no curso de engenharia
da Escola Politécnica da Universidade de Montreal, invadiu uma das salas de
aula portando arma de fogo, pediu para que os homens se retirassem da sala e
atirou em várias alunas, assassinando 14 mulheres e suicidando-se em seguida.
Em consequência desse e de outros
episódios de extrema violência, 23 representantes de movimentos feministas de
diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (CWGL),
nos Estados Unidos, instituíram em 1991 os 16 dias de ativismo pelo fim da
violência contra a mulher. Ao redor do mundo, a campanha vai do dia 25 de
novembro ao dia 10 de dezembro. O período foi definido por abranger quatro
importantes datas para a luta das mulheres por direitos humanos: o Dia
internacional da Não Violência contra a Mulher (25 de novembro); o Dia Mundial
de Combate à Aids (1º de dezembro), cuja campanha foca no debate sobre o
fenômeno de feminização da Aids); a Campanha do Laço Branco (6 de dezembro),
que tem o objetivo de relembrar o Massacre de Montreal e envolver os homens
não-agressores em ações de enfrentamento e engajamento no combate à violência
contra a mulher, e o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos
(10 de dezembro), que evidencia para o mundo inteiro que os Direitos Humanos
das mulheres estão inclusos na declaração universal dos direitos humanos e por
isso não podem ser negados ou separados.
Mobilização local - No calendário
oficial do Brasil, a campanha dos 16 dias de ativismo foi antecipada para
abranger o dia 20 de novembro, data de aniversário da morte de Zumbi e Dia
Nacional da Consciência Negra. Nessa data, evidencia-se a dupla discriminação
vivenciada pelas mulheres negras, que são vítimas de um preconceito racial e
também de gênero.
No Pará, a campanha dos 16 Dias de Ativismo faz parte do
calendário oficial de eventos do Estado graças à Lei nº 8.293, sancionada pelo
governador Simão Jatene em 28 de setembro de 2015. O Pará é o único estado
brasileiro onde os 16 dias de ativismo compõem a agenda oficial de eventos do
governo. Nesse período, a Sejudh, por meio da por meio da Ceipm, atende
demandas espontâneas para a realização de palestras e participação em eventos que
discutam a violência contra a mulher, além de mobilizar a rede de atendimento a
esse segmento e ainda os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para
criarem uma agenda de eventos e intervenções próprias, com o objetivo de dar
visibilidade maior para a causa.
A coordenadora de integração de
políticas para as Mulheres da Sejudh, Maria Tavares da Trindade, explica que a
expectativa é que a campanha contribua para a desconstrução da cultura de
machismo que ainda existe na sociedade. “Nós estamos esperando um grande
evento, uma ação impactante que traga resultados positivos mais tarde. Queremos
que a cultura do machismo dê lugar a uma cultura de paz e respeito aos direitos
humanos das mulheres. Quem sabe um dia chegaremos ao nosso objetivo, que é por
fim definitivamente à violência contra as mulheres”, conta Trindade.