Donald Trump em comício em West Palm Beach, na FlóridaCristobal Herrera/Agência Lusa/direitos reservados |
O empresário Donald Trump será o 45º
presidente dos Estados Unidos da América. Ele alcançou os 276 votos de
delegados do colégio eleitoral na madrugada desta quarta-feira (9), depois de uma acirrada
disputa com a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Trump
assegurou maioria em estados decisivos
como a Flórida, Carolina do Norte, Ohi e a Pensilvânia. Ele assumirá o cargo em 20 de janeiro.
Donald Trump declarou na manhã de hoje
(9), em seu primeiro discurso como presidente eleito, que Hillary Clinton
telefonou para ele para cumprimentá-lo, admitindo a derrota. A vitória de Trump encerra uma das
campanhas mais polarizadas da história recente dos Estados Unidos. A campanha
foi marcada por acusações mútuas, envolvendo a vida pessoal dos candidatos e
atingiu o auge quando um vídeos, de 2005, mostrava o candidato do Partido
Republicano usando palavras desrespeitosas para se referir às mulheres. O
resultado eleitoral surpreende porque contraria as últimas pesquisas que mostraram
Hillary Clinton com ligeira folga na liderança da corrida eleitoral.
Os mercados financeiros desabaram em
todo o mundo com a notícia da vitória de Donald Trump. O índice Nikkei do Japão
caiu mais de 800 pontos, ou seja quase 5%. O índice da bolsa de Hong Kong
perdeu 650 pontos, ou 2,8%. Enquanto isso, o peso mexicano - que já apresentava
um comportamento frágil quando o candidato republicano subiu nas pesquisas
durante a campanha - agora caiu para um mínimo de oito anos, de acordo com a
agência de notícias Bloomberg. As aplicações financeiras estão se transferindo
para o ouro. O peso mexicano está em queda livre.
Algumas emissoras de televisão nos
Estados Unidos mostraram a população mexicana, em praças públicas, acompanhando
com preocupação e tristeza a evolução da contagem de votos e já pressentindo a
vitória de Donald Trump. O México foi um dos principais alvos dos ataques de
Trump ao longo da campanha. Em agosto de 2015, ele defendeu a construção de um
muro na fronteira com o México, financiado pelo governo mexicano, para evitar a
entrada nos Estados Unidos de imigrantes ilegais e traficantes.
Em setembro de 2016, na tentativa de
fazer uma política de boa vizinhança, o presidente do México, Enrique Peña
Nieto, convidou o candidato Donald Trump para visitar o país. Trump aceitou o
convite e se comportou como chefe de nação e não como candidato, ocupando o
centro das atenções do cerimonial mexicano e colocando Peña Nieto em segundo
plano. A visita de Trump acabou sendo um constrangimento para o presidente
mexicano, que recebeu muitas críticas da oposição.
Logo após o encerramento das votações, a
diferença entre Donald Trump e Hillary Clinton já aparecia muito pequena,
indicando que as expectativas dos democratas de derrotar facilmente Donald Trump
estavam assentadas em bases fora da realidade. A tendência de vitória do
republicano ficou mais acentuada às 23h30 de ontem (8), quando o candidato foi
declarado vencedor na Flórida. Só aí Trump garantiu 29 votos a seu favor no
colégio eleitoral.
Depois disso, quando os votos computados
na Carolina do Norte e em Ohio indicavam vitória de Donald Trump, os assessores
da campanha de Hillay Clinton começaram a ficar alarmados com a iminente
derrota. Toda a estratégia que eles montaram para ganhar em Ohio, que fica na
região Centro-Leste dos Estados Unidos, e mais os estados do Sul, fracassou.
Ohio é um estado "oscilante", que sempre indica o vencedor das
eleições norte-americanas. Restava porém a Pensilvânia, que fica na região
Centro-Atlântico. Mas lá também Hillary perdeu. Com isso, desmoronou o que
restava de estratégia eleitoral de Hillary.
* Agência Brasil