Familiares de vítimas de naufrágio recebem assistência integral do Estado


 
Foto Sidney Oliveira - AG Pará
Um grupo interinstitucional formado por representantes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Defensoria Pública, Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) e Prefeitura de Ponta de Pedras embarcou na manhã desta quarta-feira (14) para o município, no Marajó, com o intuito de atender os familiares das vítimas do naufrágio ocorrido no último dia 7.

A embarcação “André Luis”, pertencente ao Grupamento Fluvial (Gflu) da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), transportou as cerca de dez pessoas que integram a equipe interinstitucional. A embarcação, de boa capacidade, saiu do porto do Gflu, na Rodovia Artur Bernardes, por volta das 8h30 e aportou em Ponta de Pedras próximo das 10h30.

Segundo o coordenador adjunto da Defesa Civil do Estado, coronel do Corpo de Bombeiros Militar Francisco Cantuária, uma Sala de Comando de Incidente foi montada na sede da Secretaria de Assistência Social de Ponta de Pedras. “Vamos estruturar esse espaço para atender às famílias na necessidade devida, seja psicológica ou jurídica”, explica. Ainda pela manhã, a equipe técnica manteve contato com alguns familiares.

A Defesa Civil e a Secretaria de Assistência Social municipais já fazem o atendimento direto a estas pessoas desde o dia do naufrágio. Agora, com o reforço da equipe estadual, o atendimento será ampliado. “Essa missão é uma fase de assistência às famílias das vítimas e também parte do protocolo internacional da própria Defesa Civil. Trabalhamos em duas frentes durante uma situação de desastre. Uma delas dá resposta imediata à situação por meio das buscas e a outra é a parte de assistência às famílias”, diz o tenente Marcelo Santos, da Defesa Civil do Estado.

Técnicos da Seaster – que já monitorava a situação com o apoio da prefeitura – chegam ao município para fazer um diagnóstico sobre as necessidades dos familiares. “Continuaremos o trabalho de apoio às famílias vítimas do naufrágio, sejam aquelas que tiveram perdas ou as com sobreviventes. Estamos trabalhando em parceria com o município no levantamento de informações. Com relação às vítima fatais, auxiliamos em toda a questão do sepultamento”, explica o titular da Seaster, Heitor Pinheiro.

Amparo – A Defensoria Pública do Estado vai dar assessoria jurídica para as famílias das vítimas, orientando sobre os procedimentos que podem ser tomados a partir de agora. “Faremos o cadastramento das pessoas atingidas e vamos verificar as situações jurídicas cabíveis nesse caso, como fazer a justificação de óbito para os corpos que não forem encontrados após o término das buscas. Isso ajudará os parentes a acessar outros pedidos. As pessoas que já encontraram os corpos de seus entes podem entrar com ações indenizatórias, e auxiliaremos neste processo”, explica o defensor público Márcio Figueiro.

“Desde a semana passada entramos em contato com a Seaster, e eles nos auxiliaram a fornecer este amparo psicológico, legal e social às famílias das vítimas do naufrágio. O Estado tem ajudado no pronto-atendimento naquilo que o município não pode atender, inclusive com encaminhamento para o sistema de saúde. Agradecemos por todo este amparo oferecido pelo Corpo de Bombeiros e a toda equipe do Estado na criação dessa equipe interdisciplinar que atenderá o município”, diz a prefeita de Ponta de Pedras, Consuelo Castro.

A missão da equipe deve durar dois dias. Já a Defesa Civil Estadual permanecerá em Ponta de Pedras pela próxima semana. Embarcações da Marinha Brasileira e do Corpo de Bombeiros ainda continuam as buscas pela embarcação. Até o momento, 43 pessoas foram resgatadas por embarcações que navegavam às proximidades do local do acidente. Desse total, duas entraram na conta do Corpo de Bombeiros após se apresentarem à Defesa Civil de Ponta de Pedras, no dia 7 de novembro.

Quatro vítimas fatais foram identificadas e liberadas aos familiares, após a identificação feita no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves: Joaquim Boulhosa, Pedro Santa Rosa, Socorro de Alcântara e Maria de Nazaré Oliveira. Sete pessoas estariam ainda desaparecidas, segundo informações dos familiares. (Com informações da Ascom Segup)