Segundo a Organização das Nações
Unidas (ONU), em 2030, a população mundial necessitará de 40% a mais de água.
Diante desse cenário, a interagência da organização, a ONU Água, desde 2016 definiu
temáticas específicas para nortear os debates sobre a preservação dos recursos
hídricos no Dia Mundial da Água, celebrado nesta quarta-feira (22). Este ano, a
entidade traz como tema Água Residual, chamando atenção para a reutilização do
recurso em processos industriais, por exemplo.
No Pará existem bons exemplos no
setor industrial de reaproveitamento do bem mais precioso para a humanidade.
Entre eles, a Imerys, mineradora que atua com caulim nos municípios de
Barcarena e Ipixuna do Pará, que incorporou a utilização da água da chuva em
sua produção industrial. “A empresa possui bacias de rejeitos fora de operação
e que recebem água da chuva. Uma delas está coberta por uma manta de PEAD
(Polietileno de Alta Densidade), ou seja, a água que cai nesta bacia não se
mistura com caulim, ficando limpa e transparente. Assim, pensamos em dar a essa
água uma destinação vantajosa para a empresa e para meio ambiente”, explica
Paulo Wanderley, gerente de Manutenção da Imerys.
Na prática como funciona: a água
é bombeada para a Estação de Tratamento de Água (ETA) da Imerys e, em seguida,
reutilizada no processo. Ao fazer isso, a empresa pode interromper a captação
de um dos seus poços profundos, reduzindo o consumo de água do lençol freático.
Já houve momentos, inclusive, em que a empresa deixou de captar água de todos
os poços, contabilizando aproximadamente 57.600 metros cúbicos de água
aproveitada no processo.
A Imerys também faz a captação da
água das chuvas por um sistema de calhas em um dos prédios da planta de
beneficiamento, em Barcarena. “Esse sistema facilitou a gestão integrada das
águas superficiais e subterrâneas, melhorou a disponibilidade de água potável e
reduziu o consumo de insumos para o tratamento de água”, destaca Paulo
Wanderley.
Circuito permite aproveitar 90%
da água
Ainda em Barcarena, a Alubar
Metais e Cabos, fabricante de vergalhões e cabos elétricos de alumínio e de
cobre, desenvolve um amplo monitoramento ambiental. Entre as atividades
desenvolvidas pelo Programa de Gerenciamento Ambiental da empresa, está a
verificação da qualidade da água utilizada na fábrica depois de tratada na
Estação de Tratamento de Efluentes, antes da mesma ser devolvida à rede
sanitária de Barcarena.
“O cuidado da equipe técnica é de
devolver uma água limpa para população, com o P.h neutro, isento de coliformes
fecais e bactérias e também de óleos e graxos, que vem do processo industrial”,
ressalta Raimundo Nonato, gerente de Controle da Qualidade e Meio Ambiente da
Alubar.
Segundo o gerente o uso consciente
da água é visto pela empresa como um recurso renovável de extrema importância
no processo. Ao trabalhar com o circuito fechado de água, a fábrica consegue
reaproveitar 90% dentro do processo fabril.
“Ao final de todo o processo,
este monitoramento contribui para que os vergalhões e cabos elétricos de
alumínio e de cobre sejam feitos de acordo com a legislação ambiental, chegando
aos clientes sem agredir as comunidades e a fauna e flora onde a fábrica está
inserida”, frisa Raimundo Nonato.