Um total de R$ 2,8 milhões do
Fundo de Apoio à Cacauicultura do Pará (Funcacau) foi liberado para execução,
em 2017, de projetos voltados ao incremento da cultura do cacau no Estado. A
reunião do conselho gestor do Funcacau, realizada nesta segunda-feira, 13, na
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), foi a
primeira deste ano sob o comando do novo presidente, o secretário Giovanni
Queiroz.
O Funcacau completa em dezembro
10 anos, prazo de vigência acordado durante a criação do fundo, em 2007. Para a
continuação do financiamento, os conselheiros aprovaram a prorrogação por mais
10 anos, após análise dos resultados positivos do setor. “A cacauicultura
cresceu nos últimos seis anos o mesmo que em 35 anos no Pará”, avaliou o
diretor de Agricultura Familiar da Sedap, Luiz Pinto. O Pará produziu em 2016,
117 mil toneladas de cacau, superando a produção da Bahia, que era o maior produtor
nacional.
Os seis projetos que serão
executados a partir deste ano vão permitir a capacitação de técnicos e
produtores, especialmente nas áreas de defesa sanitária e gestão de negócios em
parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Uma das ações
prioritárias para este ano é a produção de propágulos, que são materiais de
propagação da cultura, como sementes e clones resistentes às doenças, cujo
projeto executado há 10 anos pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura
Cacaueira (Ceplac) está em fase de teste em Marituba, Tomé-Açu e Medicilândia.
O investimento na infraestrutura
laboratorial é também prioridade e consiste na ampliação da biofábrica da
Ceplac, em Medicilândia, para produção de clones e instalação em outras regiões
produtoras, para aumentar a produção de cacau com qualidade. O governo pretende
instalar o Laboratório de Análise Sensorial para exame das amêndoas, hoje
realizado em laboratório da Bahia.
Para transferir tecnologia aos
produtores a meta é instalar três indústrias em Medicilândia, Igarapé-Miri e
uma móvel para atender outras regiões. A técnica “Bean to Bar” é voltada à
verticalização do cacau, da amêndoa ao chocolate.
A falta de pessoal especializado
é uma das maiores dificuldades da cacauicultura paraense, principalmente na
área de assistência aos produtores. O conselho aprovou a contratação de
técnicos para o projeto da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
(Emater), que será executado até 2021, em 26 municípios, atingindo 2.400
produtores. Neste ano serão aplicados R$ 1,25 milhão e o restante do total de
R$ 8,65 milhões do projeto, será destinado de acordo com a arrecadação anual do
Funcacau.
O secretário Giovanni Queiroz
recomendou urgência na execução das ações para manter a liderança do Pará na produção
de cacau brasileira, alavancando a economia do Estado no setor. O crescimento
da cadeia produtiva do cacau é uma das prioridades do projeto Pará 2030, plano
estratégico do governo para promover o desenvolvimento sustentável do Estado.