Belém recebe o II Festival Nacional de Pipas





Basta o tempo abrir e o sol aparecer que o céu de Belém fica cheio de pipas, principalmente no mês de julho, período das férias escolares. A pipa, que também pode ser chamada de papagaio, raia, rabiola, cangula, pode ser produzida tanto no papel de seda como com o uso daquela sacola de supermercado, o importante é aproveitar a diversão. E que tal um estoque de 400 pipas e 12 mil jardas de linha? Pode até parecer exagero, mas pra quem é apaixonado pela brincadeira, como o estudante Nilson Arruda, esse é só o material necessário para encarar os três dias do II Festival Nacional de Pipas, que será realizado nos dias 29 e 30 de abril e 1º de maio, no Portal da Amazônia, em Belém.

Apaixonado por pipa desde a infância, pra ele isso é muito mais que uma diversão. “É um prazer empinar pipa. Encaro essa prática como um esporte, desde criança ficava olhando para o céu e admirando as pipas”, explicou o dono das 400 pipas. "Também já separei meu protetor de dedo e estou preparado para participar do festival”, completou.

Além do estudante, outras 12 mil pessoas devem participar do evento que começa no sábado e encerra na segunda-feira, de acordo com a previsão da coordenação que espera um grande colorido nos céus de Belém e, claro, que o sol continue presenteando o público. “É a segunda edição do festival e qualquer pessoa pode chegar e colocar sua pipa no ar”, comenta o coordenador do festival, Otávio Lima. “É um evento voltado para a família e com intuito de mostrar a prática segura do esporte, por isso fizemos a escolha do Portal da Amazônia, pois é um local aberto, sem fiação elétrica e longe de pedestres e motociclistas, ideal para a prática. Também espero que o vento e o sol colaborem como nos últimos dias”, brincou Otávio.

O coordenador espera pipeiros de várias regiões do Brasil para participar do encontro. E, a expectativa, é que todos venham ansiosos para empinar, cortar e aparar, e pra isso, ninguém mais aficcionado que o povo belenense. Só uma relação tão apaixonada explica Belém ser a única cidade que comemora o Dia do Pipeiro, através da lei nº 9264 de 29 de dezembro de 2016. “Estamos esperando atletas de pipas de outros lugares, como Amapá, Manaus, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Maranhão, mas a população de Belém em especial é apaixonada por pipa, a prova disso é o dia do pipeiro que é comemorado todo primeiro domingo do mês de julho. Nós somos o único local do Brasil, talvez do mundo, onde celebramos oficialmente esse dia”, ressaltou Otávio Lima.

Para o titular da Sejel, Wilson Neto, a prática de empinar pipa faz parte da cultura paraense e a Prefeitura de Belém apoia e incentiva a modalidade. “A pipa reflete boa parte da cultura paraense, apoiamos a modalidade como lazer e prática esportiva e acima de tudo é uma boa oportunidade de mostrar a técnica responsável e segura do esporte”, reforçou.