A enxaqueca é uma cefaleia
primária, isto é, sem uma causa conhecida. Ela se manifesta por crises
recorrentes de dor de cabeça, de intensidade, frequência e duração variáveis,
usualmente unilaterais, pulsáteis e frequentemente acompanhadas de náuseas,
vômitos, fonofobia e fotofobia. Em alguns pacientes a dor de cabeça é precedida
por sintomas chamados de auras, podendo variar desde alterações visuais até
dormência em um membro ou em metade do corpo.
Infelizmente, ainda não há uma
definição concreta da causa dessas dores, sabe-se que os pacientes que tem
enxaqueca apresentam alterações cerebrais e predisposição genética. A dor de
cabeça inicia com um estado de aumento da excitabilidade de grupos de neurônios
a determinados estímulos ambientais chamados de gatilhos, de tal forma que
estes neurônios enviam impulsos para os vasos sanguíneos cerebrais, causando
constrição destes vasos e em seguida de dilatação dos mesmos, produzindo a dor
de cabeça. Durante a ocorrência da dor, ocorre a liberação de várias
substâncias inflamatórias. Os estímulos ambientas variam de uma pessoa para
outra, sendo que alguns pacientes não conseguem identificar qual o estímulo
ambiental que desencadeia a dor.
Os gatilhos também podem variar
de uma pessoa para outra. Os mais comuns são o estresse, jejum prolongado,
alteração do sono, alterações de temperatura, odores fortes, esforço físico
exagerado, abusos de determinados medicamentos, principalmente dos analgésicos,
alterações hormonais, determinados alimentos e bebidas.
Usualmente, o episódio de enxaqueca é autolimitado e raramente resulta em complicações neurológicas permanentes. Uma das complicações é a enxaqueca crônica que pode causar incapacitação por dor e afetar a execução de atividades diárias e a qualidade de vida. Outra complicação é o estado enxaquecoso que ocorre quando uma crise intensa se prolonga por mais de 72 horas.
Como não se sabe a causa da
enxaqueca, não há tratamento curativo. No entanto, há uma série de medidas que
devem ser tomadas para obter o controle da doença e levar uma vida normal.
Antes de iniciar o tratamento, é necessário saber se o diagnóstico está correto
e qual o fator desencadeante dela. No geral, o melhor é evitar esses
desencadeantes e tomar o medicamento indicado pelo médico quando uma crise
aparecer. Há medicamentos usados para aliviar a dor e os medicamentos usados
para prevenir a dor.
Em geral, indica-se o tratamento
preventivo quando o número de crises incapacitantes e duradouras são maiores
que duas em um mês ou quando as crises, independentemente da frequência, são
devastadoras e impedem o paciente de exercer suas atividades. Os medicamentos
para prevenção da enxaqueca incluem neuromoduladores, betabloqueadores,
antidepressivos, antivertiginosos. A escolha do medicamento dependerá de cada
caso.