Dieta reforçada é fundamental para combater o esgotamento provocado pela rotina



Se existe uma sensação que acompanha a vida moderna ela é, sem dúvidas, a falta de tempo. Mal acabamos de nos despedir da sexta feira e logo temos que encarar uma nova semana. Em meio a tantas obrigações a cumprir, não é incomum termos a impressão de que apenas dois dias não foram suficientes para recarregar as energias. Embora esse efeito seja relativamente normal e a segunda feira acabe gerando certo desânimo em muitas pessoas, existe uma linha tênue que separa o cansaço eventual da fadiga crônica. Ironicamente, um dos fatores mais determinantes nessa questão é justamente um dos mais negligenciados atualmente: a qualidade da alimentação.

Mal nutrido, o corpo fica sem energia e passa a dar sinais de alerta que, muitas vezes, são banalizados por quem enfrenta o problema. Resultado: stress, indisposição para cumprir as atividades do dia a dia, má qualidade do sono, fome exacerbada ou falta de apetite e diversos outros sintomas que, se ignorados, podem acarretar em sérios problemas de saúde. Quer saber se essa é a razão por trás do seu cansaço constante e o que fazer para contornar tal situação? Saiba mais agora:

Sinais do descompasso

Com o ritmo de vida moderno é extremamente comum termos que nos dividir entre diversas tarefas. Casa, trabalho, estudo, filhos... Tamanha correria requer, naturalmente, mais energia do corpo. Porém, em virtude do próprio estilo de vida acelerado, nem sempre essa demanda é suprida pela dieta. Quem nunca deixou de tomar o café da manhã para não se atrasar ou trocou o almoço por um lanche para ir ao banco, por exemplo? Apesar de parecerem atitudes inofensivas, quando as más escolhas da dieta se tornam constantes, a oferta de combustível para o organismo pode ficar baixa, resultado em sintomas como cansaço, fraqueza e dificuldade de concentração. Porém, com distinguir a falta de energia ocasional de uma deficiência nutricional mais severa?

De acordo com a nutricionista Joanna Carollo, existem alguns sinais que podem sugerir um distúrbio dessa ordem “Embora a fadiga crônica possa ter varias causas, quando o problema está relacionado à alimentação desbalanceada, o corpo emite sinais bem evidentes: além do cansaço físico, cãibras e dores musculares, o indivíduo pode apresentar unhas e cabelos quebradiços, pele seca, tremores, tontura, entre outros. Isso porque nutrientes essenciais como vitaminas e sais minerais podem estar em falta, comprometendo o bom funcionamento do organismo. Se o indivíduo se sente frequentemente esgotado, mesmo após uma boa noite de sono, por exemplo, é importante buscar ajuda médica para investigar o problema”.

Além disso, a especialista da Nova Nutrii pondera que o individuo pode fazer uma análise sobre seus hábitos alimentares “Refletir se as escolhas do dia a dia são suficientemente boas, ou seja, nutritivas e condizentes com o estilo de vida. Não basta apenas “comer para matar a fome”, é preciso ver se as refeições estão de fato suprindo a necessidade energética e vitamínica. O curioso é que nós costumamos ter consciência de que nosso desempenho não é o mesmo quando não nos alimentamos bem. Ainda assim, muitas pessoas sacrificam a alimentação saudável em virtude da rotina”.

Forneça “combustível” de qualidade

Carollo explica que a fadiga crônica ligada à deficiência nutricional não significa, necessariamente, uma alimentação insuficiente, mas, muitas vezes, pouco qualificada. “Como sabemos, os alimentos são a nossa fonte majoritária de energia. Porém, assim como um carro, precisamos de um combustível de qualidade. Se você não coloca uma boa gasolina e não cuida da manutenção, por mais que o veiculo esteja “abastecido”, uma hora vai apresentar um problema mais grave, capaz de prejudicar seu funcionamento. Nosso organismo trabalha da mesma forma, mesmo que nos alimentemos frequentemente, se essas refeições não suprirem determinados nutrientes, o corpo vai perdendo “potência””.  A nutricionista lista alguns desses itens essenciais para o organismo e sua relação com o cansaço crônico:

Minerais que afugentam a fraqueza:

A deficiência de minerais como o Magnésio, Ferro e Potássio pode desencadear sintomas como fraqueza, tremores, alterações no ritmo cardíaco, cãibras, náuseas, vômitos, perda do apetite, dificuldade de concentração e aprendizado, sonolência, enfraquecimentos das unhas e cabelos (inclusive a queda), irritabilidade, palidez, inapetência, baixa na imunidade e, em casos mais severos, problemas de saúde como a anemia. Isso porque esses minerais são responsáveis, dentre outras coisas, pela produção de energia, contração muscular, oxigenação das células, formação dos glóbulos vermelhos, e fortalecimento do sistema imune.

Onde encontrar: “Sementes de abóbora, espinafre, couve, arroz integral e amêndoas são ricas em Magnésio. Já o Ferro está presente, sobretudo, nas proteínas animas como fígado bovino. Também é possível encontra-lo nos vegetais, como leguminosas e hortaliças verde-escuras, porém, o Ferro presentes nas carnes é melhor absorvido pelo organismo. Já o Potássio pode ser obtido através do consumo de bananas, beterraba, feijão e alguns peixes, como o salmão e o atum.”

Vitaminas que turbinam a energia

Ganham destaque a Vitamina A, as Vitaminas do complexo B (em especial a B12), a Vitamina C e a Vitamina D. Dentre outras funções, essas vitaminas são responsáveis pelo bom funcionamento neurológico, produção de glóbulos vermelhos, regulação da suprarrenal (glândula responsável pela resposta ao stress), manutenção do bom humor e ação imuno-moduladora. A deficiência de algum desses nutrientes pode levar a insônia, depressão, irritabilidade, dores de cabeça frequentes, problemas gastrointestinais, problemas de equilíbrio, enfraquecimento da memória, fraqueza muscular e inflamações frequentes.  

Onde encontrar: “Proteínas animais como fígado, ovos e peixes são boas fontes tanto de Vitamina A, quanto de Vitaminas do complexo B. Porém, também é possível encontrar esses nutrientes em fontes vegetais como a cenoura, a abóbora e vegetais folhosos como a couve. A Vitamina C pode ser encontrada em abundância em cítricos como a acerola, a laranja e o morango, mas também está presente em vegetais como o brócolis e o pimentão. Apesar de poder ser encontrada em peixes gordos (salmão, atum, etc.), o aporte de Vitamina D merece mais atenção, já que é um pouco mais difícil de ser suprido somente através da alimentação normal. Justamente por isso, em alguns casos, a suplementação desse nutriente é bem vinda. Ainda assim, para que o organismo seja capaz de produzir a vitamina, é essencial tomar sol moderadamente e com frequência.”

Hábitos que roubam energia

Além de apostar numa alimentação rica nesses nutrientes, é importante afastar alguns hábitos que podem sabotar a energia. Muitos deles estão ligados, inclusive, ao estilo de vida moderno e que devem ser combatidos tanto em prol do desempenho, quanto da saúde. Portanto, evite:

Abusar do café: bebidas estimulantes podem ser uma alternativa naqueles dias nos quais nos sentimos menos motivados. Porém, se você se sente “dependente” do café (ou de outra bebida rica em cafeína) para encarar uma atividade, pode estar “mascarando” um problema maior. Embora a bebida ajude a manter a mente alerta, é preciso investigar qual problema está relacionado à falta de energia e concentração;
Trocar refeições por lanches industrializados: o mesmo vale para o abuso de alimentos altamente processados e refinados. Além de serem pobres em nutrientes, estes alimentos são rapidamente absorvidos pelo organismo, provocando picos de glicose que favorecem a fome exagerada, ganho de peso e inchaço;
Ficar muitas horas sem comer: Dificulta o controle da ingestão calórica, pois com poucas refeições, o indivíduo tende a comer mais. Com isso, ele corre o risco de comer além da conta e fazer escolhas pouco saudáveis. Resultado: digestão “pesada”, sonolência e indisposição;
Consumir poucas fibras: As fibras possuem um papel importante para boa digestão e tem total relação com a oferta de energia. Como são absorvidas lentamente, controlam a liberação de glicose, evitando picos e mantendo a energia estável. Porém, é fundamental lembrar que a hidratação adequada é indispensável para que este benefício seja alcançado.
Pessoas muito ativas precisam de suplementação?

Quando a dieta é balanceada, dificilmente um indivíduo sofrerá da fadiga crônica motivada por uma deficiência nutricional. E embora seja relativamente simples afastar essa possibilidade, muitas pessoas tem dificuldade de seguir uma alimentação saudável e natural no dia a dia, seja pela impossibilidade de preparar as próprias refeições, seja pela falta de tempo para procurar opções mais adequadas. O grande problema é que quanto mais ativa for uma pessoa, maior será sua demanda nutricional. Justamente por isso, muitos podem questionar se é necessário (e válido) apostar na suplementação.

Joanna enfatiza que o melhor caminho é sempre a alimentação balanceada, mas considera que esses produtos podem ter um papel importante na vida de pessoas que não conseguem obter esses nutrientes unicamente por meio da dieta “Não só pela oferta de energia, mas principalmente pelo aporte de vitaminas e sais minerais que muitas vezes não podem ser totalmente supridos ao longo do dia pelo cardápio. Suplementos alimentares podem ser uma alternativa para facilitar a rotina dessas pessoas. Porém, como essa questão é totalmente individual, é fundamental buscar orientação profissional para verificar quais nutrientes devem ser suplementados e em quais quantidades.”


Fonte: Nova Nutrii