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| SECON - Secretaria de Economia de Belém - Padronização das barracas nas feiras FOTO Fernando Sette - Comus |
Um novo visual para as feiras
livres da capital paraense está sendo proposto pela Prefeitura de Belém. O
programa de reordenamento e padronização foi apresentado pela Secretaria
Municipal de Economia (Secon), e o projeto piloto será
implantado no setor de hortifrutigranjeiro da feira da Batista Campos,
localizada nas Avenidas Conselheiro Furtado e Doutor Moraes.
Cerca de 70 barracas serão
confeccionadas com o material metalon galvanizado. A medida também será
padronizada, com medida de 2 metros por 1 metro. Haverá bandeja em arame,
pintura especial e cobertura com lona de poliéster revestida de PVC.
A feira da Batista Campos tem a
peculiaridade de funcionar apenas nas sextas, sábados e domingo, por isso, a
Prefeitura de Belém, em consenso com os feirantes, optou por equipamentos
desmontáveis. “Nossa barraca pesa uns 100Kg. Essa de metalon parece ser a
metade do peso, o que é mais rápido e prático de montar. Por isso, após a
chegada dos novos equipamentos, vamos avaliar se compensa pagar carregador”,
comentou a vendedora de camarão, Maria Josélia Silva.
Para o custeio das barracas, os
feirantes podem recorrer a linha de crédito ofertada pela Secretaria de
Economia, que captou recursos junto ao Governo do Estado, através do Credcidadão,
para financiar o valor total por equipamento, em até 18 meses, sem a
necessidade de fiador.
Conforme o decreto municipal
26.579/94, que regula a atividade de feiras em Belém, cabe ao poder público
apenas estabelecer a padronização dos equipamentos e autorizar a permissão de
uso do espaço público. As barracas devem ser adquiridas pelos próprios
trabalhadores que exploram as vias públicas como fonte de renda.
Segundo o secretário municipal de
Economia, Mário Freitas, a previsão da parcela para a aquisição das barracas
não chega a R$120,00 por mês ao trabalhador. “Acredito que esse é um
investimento para o feirante, que certamente vai melhorar a qualidade de
trabalho, com equipamentos dentro das condições de segurança e sanitárias, além
de aumentar a clientela, que muitas vezes prefere ir aos grandes mercados,
pelas condições de higiene apresentadas pelos equipamentos”, avaliou o titular
do órgão.
Freguês assíduo da Feira da
Batista Campos, seu Manoel Alcoforado Silva vai todas as sextas-feiras comprar
farinha d’água e goma de tapioca e confessou que ficaria mais satisfeito com a
padronização das barracas. “Por toda importância histórica que essa feira tem,
acho que ela merece ficar mais bonita, sem contar que ela está bem no centro da
cidade, o que melhoraria, inclusive, o visual turístico cidade”, opinou o
consumidor.
Após a implantação das barracas
na feira da Batista Campos, a Prefeitura de Belém pretende seguir com a
padronização nos demais logradouros públicos como na feira do Telégrafo, que
também contará com o remanejamento dos 95 permissionários da Avenida Senador
Lemos para a Travessa Magno de Araújo.
“Estamos em constante diálogo com
os feirantes, moradores das ruas próximas e a comunidade para captar sugestões
e aperfeiçoar a padronização na feira do Telégrafo. A intenção da prefeitura é
desobstruir a Av. Senador Lemos para garantir vagas de estacionamento e livre
acesso aos pedestres nas calçadas, com isso, os feirantes passarão a ter mais
clientes e, consequentemente, mais rentabilidade nas vendas”, explicou o
Secretário.
Além do ordenamento do comércio
informal e do ordenamento do trânsito, outras melhorias na área, como
reestruturação asfáltica e de esgoto, serão realizadas pelas secretarias
municipais de Saneamento (Sesan) e Urbanismo (Seurb), nos locais de atuação dos
feirantes.
Dona Maria Helena de Souza Brito
veio pessoalmente com um grupo de feirantes da feira do Guamá para conferir de
perto a barraca modelo exposta na Secon. O logradouro é outro local cotado pela
PMB para a padronização das barracas. “Achei o material resistente e bonito, dá
para armazenar bem meus produtos e colocar organizados. Acho que minha barraca
vai chamar mais freguês que as outras”, destacou a feirante que há 40 anos
trabalha no setor de hortifrutigranjeiro, no Guamá.
Além da padronização com novos
equipamentos, a segunda etapa da requalificação das feiras livres de Belém
prevê a identificação dos feirantes com crachás, uniformização dos
trabalhadores e cursos de qualificação profissional.
A Presidente da Federação dos
Feirantes e Empreendedores Individuais das Feiras Livres do Pará (Feempa),
Maria do Socorro Siqueira, também acompanha diretamente o processo de
negociação das barracas e padronização dos logradouros públicos da capital.
“Estamos estudando todos os meios para sair em conta o investimento, pois
sabemos que a padronização de fato vai melhorar o visual e a estrutura do nosso
local de trabalho, que é de onde tiramos o sustento da nossa família. Por isso,
esperamos já está com as novas barracas no segundo semestre, período em que
lucramos mais, por conta do calendário festivo da cidade”, aguarda confiante a
representante dos trabalhadores.

