Adepará intensifica ações educativas no período de férias



Com o objetivo de orientar os produtores em relação ao trânsito de frutos hospedeiros da ‘mosca da carambola’ (Bactrocera carambolae) no período de julho, a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) promoveu, nos meses de abril e junho, inúmeras ações preventivas em relação à entrada e disseminação dessa praga no estado, que atinge principalmente frutas como manga, goiaba, acerola, caju, carambola e jambo, entre outras.

Durante as férias há um aumento no trânsito de embarcações interestaduais entre os estados do Pará, Amapá e Amazonas, além de maior fluxo intermunicipal de passageiros. Pensando nisso, as ações foram realizadas nas regiões do Baixo Amazonas e Marajó – municípios de Almeirim, Portel, Curralinho, Gurupá, Porto de Moz e Breves – escolhidos por serem locais estratégicos para promover o trabalho educativo de prevenção e orientação dessa praga.

A ação contou com palestras nas escolas, reunião com agentes comunitários de saúde, abordagem em embarcações, para orientação de tripulantes e passageiros, entrevistas em emissoras de rádio e TV, avisos em igrejas, orientações nas residências, terminais hidroviários e outros pontos estratégicos.

Segundo Rafael Haber, engenheiro agrônomo e gerente de Educação Sanitária da Adepará, “esse tipo de ação busca promover uma mudança de comportamento e de atitude nas pessoas, pois esclarece a população sobre os aspectos legais, trânsito de frutos, danos econômicos e os problemas sociais gerados pela mosca da carambola”, ressalta.

Entre as recomendações passadas à população está o cuidado para não transportar os frutos que servem como hospedeiros em viagens interestaduais, independentemente da quantidade. No Pará, mais de 20 espécies de frutas servem como hospedeiras da praga. A mosca tem um ciclo de vida de 126 dias e produz, em média, de 1,2 mil a 1,5 mil ovos durante esse período.

Orientação

A Adepará promoverá, em todas as sextas-feiras do mês de julho, ações educativas de orientação dos passageiros que passam pela Companhia de Portos Hidroviário do Pará (CPH). Na ação serão abordados os cuidados com outras pragas que podem se disseminar da mesma forma que a mosca da carambola, como o ácaro vermelho, a raiva e a peste suína. De acordo com dados da CPH, durante o período de férias de 2016, passaram em média 2.300 passageiros por dia, sendo considerado o período com maior fluxo de pessoas.

“É importante que as pessoas estejam cientes do que são essas pragas e doenças e os riscos que elas representam. A ação educativa é fundamental para diminuirmos a incidência dessas pragas, alertando os proprietários das embarcações e os passageiros sobre os riscos inerentes ao transporte de frutos potencialmente infestados e que podem trazer prejuízo para a fruticultura do nosso estado”, explicou Rafael Haber.

Portaria

A Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Pará (SFA/PA) proibiu a saída de frutas frescas de espécies hospedeiras da mosca da carambola, produzidas nos municípios onde ocorreram focos da praga, conforme Portaria nº 55 de 15 de maio de 2014, publicada no Diário Oficial da União, por conta do risco de disseminação para as outras cidades.

A portaria estabelece, ainda, a criação de duas áreas: área de quarentena e uma zona tampão. A saída das frutas hospedeiras da zona tampão somente é autorizada quando acompanhada de Permissão de Trânsito Vegetal (PTV) ou de Guia de Trânsito Vegetal (GTV) em se tratando de trânsito interno. Conforme a portaria, as empresas de transporte aéreo, terrestre, marítimo ou fluvial poderão ser responsabilizadas pelo transporte de material hospedeiro, em caso de não cumprimento da determinação.

Programa de Educação Sanitária

O Programa de Educação Sanitária da Adepará visa dar suporte às ações de inspeção e defesa animal e vegetal, informando e estimulando a mudança de hábitos na população por meio de campanhas e projetos que contribuem para uma atividade agropecuária e agroindustrial sustentável no Estado.

As ações educativas são desenvolvidas junto às comunidades e entidades representativas de produtores rurais, além de escolas do meio rural e urbano, feiras agropecuárias e outros eventos do setor.